Editorial
MK critica Congresso e vê “guerra declarada” após quebra de acordo sobre IOF: "uma vergonha"

Em comentário na Rádio Metrópole, Mário Kertész ainda avaliou que o atual chefe do Executivo sentiu os efeitos do pronunciamento do ex-presidente
Foto: Matheus Simoni / Metropress
Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (11), Mário Kertész repercutiu o pronunciamento realizado ontem (10) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, o discurso "sem raiva e sem ódio" de Lula contrastou com as condutas do presidente Jair Bolsonaro.
"Eu vi ontem Lula falando e devo dizer a vocês que independente de gostar ou não gostar, de achar se ele é culpado ou não, qualquer coisa, independente de ideologia, nós ouvimos depois de muito tempo um líder falando. Eu fico impressionado como de repente caímos em um precipício e a gente não se dá conta. Pra fazer uma analogia, há mais de um ano, eu fiz uma cirurgia de catarata. Quando tiraram o tampão eu tomei um susto! Eu não estava vendo essas cores! Como é possível? É possível sim, a gente vai se acostumando, a gente vai perdendo e vai se acostumando, é impressionante isso. É a mesma coisa. A gente vê um presidente da República que no Carnaval coloca o pessoal que estava fazendo negócio de 'chuva de prata' [sic]. O que é que a gente tem a ver com isso? Querer bater em jornalista, agredir as mulheres, em sua maioria jornalistas? Mais do que isso, a gente acaba mordendo a isca lançada pelo presidente Jair Bolsonaro para esquecer da mansão dele, ou para esquecer das rachadinhas, e para esquecer que foi manobrado todo um esquema do Ministério Público do Rio com a conivência do Superior Tribunal de Justiça para apagar toda a investigação das rachadinhas. De repente vem Lula, sem raiva, sem ódio, sem nada disso, e fala durante uma hora e 40 minutos. eu parei assim... Tinha me esquecido de que é possível, que nós temos uma pessoa. O que não quer dizer que eu vá votar nele se ele for candidato, não sei. Mas deu um alento, sim. Não é possível que a gente vá se conformando com essa buraqueira que a gente vê", disse.
Ainda segundo MK, Bolsonaro sentiu os efeitos do pronunciamento do ex-presidente Lula. Ontem, em solenidade para sanção da lei que permite a compra de vacinas por estados, municípios e setor privado, o primeiro escalão do governo federal apareceu usando máscaras, o que não se via até então. "O resultado foi imediato, o presidente Bolsonaro foi pra solenidade de máscara, não deixou de falar as besteiras que fala sempre, defendendo a vacina, inclusive o filho dele, Flávio, pedindo para replicarem uma foto do presidente defendendo a vacina. Quem te viu e quem te vê, hein?", ironizou.
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