Editorial
MK reage à violência na CMS durante protesto de servidores: “Despertou em mim profunda repulsa”

Mário Kertész ainda ressaltou que o caso não deve ser usado para dar margem a "insinuações" sobre a integridade dos governadores do Nordeste
Foto: Matheus Simoni / Metropress
Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (12), Mário Kertész defendeu o aprofundamento da investigação de possíveis irregularidades na compra de respiradores realizada pelo Consórcio Nordeste junto à empresa Hempcare. MK disse estranhar o envolvimento do Ministério Público Federal no caso, considerando que o valor na ordem de R$ 48,7 milhões foi pago inteiramente pelo Consórcio, sem recursos federais. Ele também questionou os motivos que levaram à suspensão das investigações.
"O Consórcio Nordeste, presidido pelo governador Rui Costa, diga-se de passagem, um homem que até agora, em todos os anos de vida pública dele, ninguém levantou nada quanto a qualquer ato de desonestidade ou qualquer malfeito. Pois bem, esse consórcio vai e procura uma empresa (...) e paga R$ 48,7 milhões a essa empresa pela aquisição de 300 respiradores. Bom, os respiradores não foram entregues. Essa empresa pega desse dinheiro R$ 12 milhões e distribui entre os sócios. Uma delas bota dinheiro no exterior. Não entrega, não faz nada, o governo do Estado, através da Polícia Civil e do Ministério Público, investiga, e leva à prisão dos sócios dessa Hempcare. Mas aí é uma coisa que não está clara pra mim e eu quero esclarecer, um promotor do MP aciona uma juíza federal, que aciona o MPF, embora nessa compra não tivesse um centavo do governo federal. Todo o dinheiro era dos governos estaduais do Nordeste. Pano de fundo: esse Consórcio Nordeste é uma pedra no sapato do governo Bolsonaro, porque politicamente o Nordeste derrotou ele aqui, porque estão alinhados politicamente, porque trabalham para trazer investimentos (...). A juíza determinou o bloqueio do pouco dinheiro que acharam, porque a maioria já tinha voado, e prendeu quatro ou cinco membros. Agora, acreditem: cinco dias depois, soltam eles e suspendem as investigações. Não tem ninguém investigando nada. Nada! O Ministério Público da Bahia tem que explicar e não somente dizer 'não, isso é uma ação de um promotor, os promotores têm independência', sim! Mas esse é um caso escandaloso, é um caso terrível, é dinheiro sendo roubado, e que se apresente os ladrões, seja quem for. Mas que se investigue", disse.
MK ainda ressaltou que o caso não deve ser usado para dar margem a "insinuações" sobre a integridade dos governadores do Nordeste.
"Agora, não adianta ficar insinuando, nem querendo comparar o governo da Bahia, o governo do Rio, do Pará, ou que governo seja, ou o governo do Nordeste, e a gente não pode deixar que isso aconteça e passe impunemente. Não adianta, se vocês querem aproveitar isso, podem ladrar à vontade. Os cães ladram, mas a caravana passa. Então os cães que ladrem à vontade. Eu quero saber por que as investigações estão paradas. O fato é que os membros das empresas que roubaram estão aí soltos e não estão sofrendo nenhum tipo de investigação. Teve gente dentro do governo que recebeu propina? Teve? Diga quem foi! Vai ter que pagar. Não teve? Não teve. Quem participou disso? Quem facilitou isso? Não tem que esconder nada, absolutamente nada. Agora, não pode ficar uma sombra em cima do Consórcio Nordeste e do presidente do Consórcio, que é o governador Rui Costa, que junto ao prefeito [de Salvador] ACM Neto tem dado exemplos mais do que claros, que servem de inspiração para o Brasil, de como se trata a saúde e a vida do nosso povo, ao contrário do presidente Jair Messias Bolsonaro, que só faz espalhar a divisão e o ódio, pensando em manter seu eleitorado e em manter seu poder. Lamentável. Quero dizer que a partir de hoje eu entrei nessa briga e não quero conversa", afirmou.
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