Trump congela mais US$ 450 milhões em recursos para Harvard em nova ofensiva contra universidades

O governo do presidente norte-americano Donald Trump, dos Estados Unidos, anunciou o congelamento de mais US$ 450 milhões em subsídios federais para a Universidade de Harvard, além dos US$ 2,2 bilhões já suspensos, intensificando a pressão ideológica sobre a instituição.

“Oito agências federais em todo o governo estão anunciando o congelamento de aproximadamente US$ 450 milhões em subsídios para Harvard, que é em adição aos US$ 2,2 bilhões que foram suspensos”, informou a Força-Tarefa Conjunta da Casa Branca de Combate ao Antissemitismo, que classificou o campus como “um terreno fértil para a discriminação”. 

Segundo a declaração assinada por advogados dos departamentos de Educação e de Saúde e Serviços Humanos, “há um problema obscuro no campus de Harvard” e os líderes da instituição “perderam a reivindicação da escola para o apoio dos contribuintes”. 

Harvard ainda não respondeu ao novo anúncio, e o governo não detalhou quais agências estão envolvidas, apenas remeteu à nota oficial.

A medida integra uma ofensiva mais ampla contra universidades de elite, que inclui cortes também em instituições como Columbia e Ohio State, esta última onde estudou o vice-presidente J.D. Vance. As queixas incluem iniciativas de diversidade, supervisão financeira e políticas de admissão de estrangeiros.

O congelamento inicial da verba ocorreu após Harvard recusar exigências do governo feitas em carta de 11 de abril, como “reformas de governança e liderança” e auditoria sobre “diversidade de pontos de vista”. A universidade entrou na Justiça, acusando o governo de tentar “usar a retenção do financiamento federal como alavanca para ganhar controle da tomada de decisões acadêmicas em Harvard”.

“A Universidade não vai desistir de sua independência ou renunciar aos seus direitos constitucionais”, afirmou o presidente da instituição Alan Garber. “Nem Harvard, nem qualquer outra universidade privada pode permitir-se ser tomada pelo governo federal”, completou. 

A audiência judicial está marcada para o fim de julho, e os recursos devem seguir bloqueados até lá.