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A história de como ACM conseguiu ser indicado presidente da Eletrobras, em 1975
A história de quando o ex-governador da Bahia foi nomeado presidente da Eletrobrás, no governo Ernesto Geisel
Foto: Arquivo Metropole
Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 16 de junho de 2022
Era novembro de 1975, quando o então ex-governador Antonio Carlos Magalhães foi chamado no gabinete do presidente da República, Ernesto Geisel (1907-1996). O ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki, não estava satisfeito com o presidente da Eletrobrás, Mário Bhering, que já ocupava o cargo há dez anos, e queria demiti-lo. Bhering era um técnico conceituadíssimo da área de energia e o prestígio dele tornava muito difícil sua exoneração. Antonio Carlos, que estava no ostracismo desde que deixou o governo da Bahia naquele ano, virou, então, a bola da vez.
O chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, e Ueki convenceram o Alemão — como era chamado Geisel — a nomear ACM para o cargo. Em seguida, Ueki ligou para o baiano: “Não diga nada do que estou lhe falando, mas você vai ser nomeado presidente da Eletrobrás. Estude alguma coisa porque o presidente vai lhe chamar”.
Antonio Carlos nada sabia sobre o tema. Passou o fim de semana trancado em um quarto no Rio para aprender o máximo possível. No dia do encontro, ACM fingiu que não sabia o motivo da reunião com o presidente.
Nem bem Geisel fez o convite, e ACM saiu despejando conhecimento. “Puxa, você está muito bem. Eu fico feliz”, disse impressionado o militar. Quando deixou o gabinete presidencial, Antonio Carlos se bateu com Golbery, que soltou: “Você engana o Alemão, mas a mim não. Você não sabia nada disso. Você estudou e veio com tudo decoradinho”. Verdade total!
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