Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Jornal da Metropole

/

Invasão de casas de apostas põe em dúvida ética no futebol; dupla Ba-Vi possui patrocínio

Jornal Metropole

Invasão de casas de apostas põe em dúvida ética no futebol; dupla Ba-Vi possui patrocínio

Após sanção de projeto de lei, casas de apostas passaram a patrocinar 31 clubes das séries A e B do Brasileiro. Embora crescente, mercado não tem regulamentação e enfrenta desconfianças éticas

Invasão de casas de apostas põe em dúvida ética no futebol; dupla Ba-Vi possui patrocínio

Foto: Sidney Falcão - Metropress

Por: Maria Clara Andrade no dia 07 de julho de 2022 às 16:11

Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 7 de julho de 2022

Dos 20 clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, 18 são patrocinados por empresas ligadas a casas de apostas esportivas. Na Série B, também com 20 clubes, 13 mantém este vínculo comercial.

Aqui no estado, os dois principais times baianos não fogem à tendência. O Bahia estampa na camisa a marca da ‘Casa de Apostas’, e o Vitória do ‘BetNacional’. Este boom é explicado após o governo federal, em 2018, durante a gestão de Michel Temer (PMDB), sancionar uma Medida Provisória autorizando a prática.

O advogado desportivo Milton Jordão explica que, mesmo amparada por lei, não há critérios para as casas atuarem ou formas de fiscalização. O prazo para que seja feita a regulamentação termina em dezembro deste ano. Jordão, porém, confessa não ter esperança de que isso ocorra a tempo.

Entre os prejuízos estão a não arrecadação de impostos e a falta de amparo legal para os apostadores. “A gente deixa de recolher uma enormidade de impostos. E o apostador também sofre, porque se o site que ele tá apostando não tá regular no Brasil como é que ele vai cobrar?”, pondera.

MANIPULAÇÃO

Anderson Nunes, gestor de relacionamento da Casa das Apostas, patrocinadora do Bahia, afirma que a estratégia de se vincular aos clubes é “um caminho mais curto para alcançar os torcedores”. Para este ano, a expectativa é que o mercado movimente R$ 4 bilhões.

Por outro lado, essa proximidade levanta preocupações sobre manipulação. Há o risco do apostador injetar uma quantia alta e pagar um jogador para que se chegue àquele resultado. Na Itália, em 2006, foi descoberto o caso ‘Calciopoli’, exatamente envolvendo compra de jogos e resultados arranjados.

Veja lista de patrocínio de casas de apostas entre clubes das Séries A e B do Brasileiro: