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Acervo Metropole: Relembre histórica entrevista que fez Ciro Gomes despencar nas pesquisas eleitorais

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Acervo Metropole: Relembre histórica entrevista que fez Ciro Gomes despencar nas pesquisas eleitorais

No ano de 2002, o então candidato à Presidência, Ciro Gomes, concedeu entrevista à Rádio Metropole e despencou nas pesquisas eleitorais após agredir verbalmente um ouvinte

Acervo Metropole: Relembre histórica entrevista que fez Ciro Gomes despencar nas pesquisas eleitorais

Foto: Metropress

Por: Rodrigo Daniel Silva no dia 07 de setembro de 2023 às 08:08

Atualizado: no dia 07 de setembro de 2023 às 09:00

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 07 de agosto de 2023

Quem imaginaria que um candidato presidencial com quase 30% das intenções de voto não avançaria pelo menos para o segundo turno das eleições? Poucas pessoas, não é verdade? Mas foi o que aconteceu com Ciro Gomes em 2002. Após conceder uma entrevista a Mário Kertész na Rádio Metropole naquele ano, o presidenciável despencou nas pesquisas eleitorais e terminou o pleito em quarto lugar.

Ciro Gomes estava em Salvador a convite do senador Antonio Carlos Magalhães, que decidiu apoiar o ex-ministro após romper com Fernando Henrique Cardoso. O candidato à Presidência do PPS chegou ao estúdio da Metropole acompanhado por ACM, pelo governador César Borges, o senador Paulo Souto e o prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy. Todos do PFL (hoje União Brasil).

Mário Kertész abriu os microfones da rádio para os ouvintes, que provocaram Ciro Gomes. Um ouvinte entrou no ar e criticou o postulante do PPS por se associar ao carlismo. “Eu ia fazer uma pergunta ao candidato a presidente da República do Brasil, mas vou fazer ao candidato a presidente da República da Suíça. Porque o senhor Ciro Gomes vai representar a gente na Suíça, porque aliado com Antonio Carlos Magalhães, ele não vai dividir cargos, não vai fazer nada. Vai ser uma maravilha”, disse o ouvinte, que se identificou como Gerson, do Jardim Apipema.

Ciro não gostou nada da provocação e respondeu: “Sugiro que mande a pergunta para o primeiro-ministro da Suíça, porque a Suíça não tem presidente da República. Lá é [o sistema] parlamentarista. Tem que fazer as perguntas com um pouco mais de cuidado para deixar de ser burro”, disse ele.

A declaração de Ciro Gomes deu munição para seu adversário, José Serra (PSDB). No estúdio da Metropole, tinha uma câmera da Rede Bahia e imagens da entrevista foram vazadas para a campanha tucana. O responsável pelo vazamento permanece desconhecido. Mas só foi iniciar a propaganda eleitoral na televisão para Serra explorar a agressão do candidato do PPS ao ouvinte da Rádio Metropole

O oponente foi classificado como “destemperado e pavio curto”. Ciro Gomes, que vinha em uma ascensão meteórica, despencou nas sondagens de opinião. O Datafolha do início de junho apontava ele com 11% das intenções de votos. Menos de um mês depois, ele somava 28%, a cinco pontos percentuais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ida para o segundo turno parecia certa. 

O candidato do PPS até se arrependeria da declaração. “Eu devia ter sido inumano, eu não devia ter sido eu. Porque o que está em discussão é o destino da minha pátria”, afirmou ele. No entanto, já era tarde demais. Ciro acabou em quarto lugar na disputa presidencial com apenas 11% dos votos e viu Lula e Serra irem para o segundo turno. Como todos já sabem, o petista venceu aquele escrutínio.