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Aposta de risco: impacto de bets no orçamento das famílias já preocupa o governo e varejistas

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Aposta de risco: impacto de bets no orçamento das famílias já preocupa o governo e varejistas

Enquanto psicólogos apontam epidemia de vício em jogos de casas de aposta esportiva, o governo e varejistas se preocupam com o comprometimento financeiro das famílias

Aposta de risco: impacto de bets no orçamento das famílias já preocupa o governo e varejistas

Foto: Metropress/Fernanda Vilas Boas

Por: Metro1 no dia 05 de setembro de 2024 às 00:41

Atualizado: no dia 05 de setembro de 2024 às 08:20

Reportagem publicada originalmente no Jornal Metropole em 5 de setembro de 2024

Coitadas de Betty Faria, Beth Carvalho e companhia, agora as bets que vêm roubando os holofotes e os noticiários são as casas de apostas esportivas. Crescendo que nem mato, elas já estão por aí estampando seus nomes em estádios, camisas de time, propagandas de televisão, patrocínio de grandes eventos e nas mãos dos brasileiros, principalmente depois que foram autorizadas legalmente.

Antes mesmo de serem legalizadas, as bets já corriam soltas no Brasil. Foi só em 2018, no final do mandato de Michel Temer, que elas foram autorizadas, em um projeto que previa a regulamentação até 2020, prazo depois prorrogado para 2025. As regras incluem pagar impostos, normas rígidas para o pagamento de prêmios e garantir proteções contra lavagem de dinheiro. Desde então, as danadas só avançaram sob o orçamento dos brasileiros e viraram até motivo de preocupação.

Enquanto psicólogos apontam que o vício nessas plataformas pode ser comparado a uma epidemia de saúde pública, o governo e empresas se preocupam com o comprometimento financeiro que elas podem ocasionar nas famílias. Carmela Dutra (ou dona Santinha), primeira-dama que pediu a proibição dos cassinos no Brasil em 1946 estaria em polvorosa com esse cenário.

De acordo com pesquisa da Strategy&Brasil, as bets fazem parte do orçamento familiar da mesma forma que lazer, cultura e família. Em 2023, 400 empresas atuavam no setor e esse mercado de azar chegou a movimentar entre R$60 bilhões e 100 bilhões. A estimativa é que deste montante, R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões deixaram de ser gastos com bens e serviços ou investidos. Por isso a preocupação do governo e empresas. E além dessas 400 bets já existentes, o Ministério da Fazenda já avalia mais de 100 pedidos de registros de formalidade. Enquanto isso, algumas casas de apostas continuam sendo alvo em operações contra lavagem de dinheiro, como a desta semana, que acabou com a prisão da influenciadora Deolane Bezerra.