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Ceasa do Ogunjá resiste ao tempo e se prepara para novo ciclo com expectativa de requalificação

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Ceasa do Ogunjá resiste ao tempo e se prepara para novo ciclo com expectativa de requalificação

No último dia 29 de maio, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) precisou interditar o mercado por risco estrutural grave

Ceasa do Ogunjá resiste ao tempo e se prepara para novo ciclo com expectativa de requalificação

Foto: Divulgação/Gov

Por: Duda Matos no dia 12 de junho de 2025 às 07:05

Atualizado: no dia 12 de junho de 2025 às 15:53

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 12 de junho de 2025

Com quase 10 mil m², o Mercado do Ogunjá - ou Ceasinha do Ogunjá, para quem tem mais intimidade - já foi um dos principais centros de abastecimento da capital baiana. Inaugurado na década de 1980, o espaço concentrava a venda de frutas, legumes, verduras e era movimentado diariamente por centenas de clientes. O passar dos anos não segurou o movimento e nem mesmo a estrutura da central de abastecimento, que passará agora por uma reforma para garantir a segurança de clientes e comerciantes.

Interditado

No último dia 29 de maio, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) precisou interditar o mercado por risco estrutural grave. A medida emergencial foi tomada após a identificação de problemas estruturais como rachaduras, recalques nas fundações e ferragens expostas. Mas, duas semanas depois, mais precisamente na última segunda-feira (9), após a emissão de um laudo técnico atestando condições mínimas, a Ceasinha do Ogunjá foi reaberta, dessa vez com um conjunto de suportes e reforços para estabilizar a estrutura e evitar que ela se desmorone em seus pilares. 
Durante o período em que o galpão principal ficou fechado, os comerciantes autorizados continuaram operando provisoriamente no estacionamento da Ceasa, com aval da SDE, responsável pela administração do espaço.

Requalificação à vista

Após o episódio, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) também se envolveu na história e prometeu uma reforma completa no local. “Eu quero reformar, está no meu projeto a reforma […] como fizemos na Ceasinha do Rio Vermelho”, disse, em coletiva de imprensa durante o período de interdição. 

Embora ainda não haja um cronograma definido, a SDE informou que discute, em conjunto com a Casa Civil e a Fundação Luís Eduardo Magalhães, alternativas de médio e longo prazo para requalificar o espaço. “A expectativa é que, nos próximos meses, a pasta avance com projetos voltados à melhoria da infraestrutura, garantindo um espaço mais moderno para comerciantes e consumidores”, diz o órgão em nota. 

Tradição no abastecimento

Com 123 boxes, o local foi criado com o objetivo de organizar e centralizar a venda de hortifrutigranjeiros na capital baiana e se tornando um dos principais pontos para o abastecimento da cidade, junto com as outras ceasinhas (Rio Vermelho, Sete Portas e Paripe). Funcionava em escala de mercados varejistas e com preços mais acessíveis. Hoje, 52 anos depois, as bancas foram passadas de geração para geração e o mercado continua fazendo parte do dia a dia do bairro que ajudou a desenvolver e se mantém como uma espécie de ligação entre a cidade e o que é produzido no campo, mesmo diante dos desafios estruturais.