Clique aqui e inscreva-se gratuitamente para o MK Entrevista>>

Quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Jornal da Metropole

/

Conheça os concorrentes do Prêmio PEBA 2025 e ajude eleger a pior empresa da Bahia

Jornal Metropole

Conheça os concorrentes do Prêmio PEBA 2025 e ajude eleger a pior empresa da Bahia

Após o sucesso da última edição, o Prêmio PEBA retorna em 2025 para revelar quais empresas seguiram firme na arte de desagradar o consumidor

Conheça os concorrentes do Prêmio PEBA 2025 e ajude eleger a pior empresa da Bahia

Foto: Metropress

Por: Daniela Gonzalez no dia 27 de novembro de 2025 às 10:54

Atualizado: no dia 27 de novembro de 2025 às 11:04

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 27 de outubro de 2025

Prepare o coração, a paciência e o ranço: o Prêmio PEBA está oficialmente de volta. A iniciativa do Grupo Metropole que transforma indignação popular em troféu (e troféu em vergonha alheia institucionalizada) retorna em 2025 para eleger, pela voz soberana dos baianos, as piores empresas da Bahia.

Sim, minha senhora, meu senhor, e você que está há duas horas na linha da operadora esperando falar com um atendente humano, chegou sua hora de brilhar.

PEBA, no vocabulário afetivo do Nordeste, significa aquilo que não presta, não serve, não funciona e não deveria nem estar aberto. Um negócio ordinário, fuleiro, um armengue completo. Algo que instiga no consumidor baiano a dúvida: “como é que conseguem fazer tão mal feito com tanta consistência?”. Pois conseguem. E com talento. O Prêmio PEBA nasceu para isso: celebrar a arte de oferecer serviços que tiram a paciência do povo, cobram caro, entregam pouco e, de quebra, deixam sequelas emocionais.

O retorno da lenda

Na última edição, mais de 100 mil votos provaram que o baiano pode até não gostar de fila, mas adora participar de uma boa corneta coletiva.
E o troféu PEBA 2024 foi para… Acelen, administradora da Refinaria Mataripe. Não por falta de concorrência, claro: Coelba, Embasa, Internacional Travessias, ViaBahia, Planserv, HapVida… um verdadeiro cardápio degustação do sofrimento cotidiano. Mas Acelen brilhou: 23.826 votos de pura indignação refinada.

Foto: Metropress/Carla Astolfo

2025 promete, porque, infelizmente, material não falta

Agora é hora de recomeçar o ciclo da esperança: esperar sentada que as empresas melhorem ou pelo menos garantir que ganhem um prêmio quando pioram.A lista oficial de concorrentes para 2025 já está pronta e é um verdadeiro desfile das campeãs do estresse:

   • Tim, Claro , Vivo e Nio (Oi)
    • CCR Metrô
    • Internacional Travessias Salvador (ITS)
    • Planserv
    • HapVida
    • Integra
    • CLN
    • Monobloco
    • Cidade do Sol

E, como no ano passado, o público poderá sugerir seu próprio voto, porque sempre tem aquela empresa que ainda não entrou na lista, mas que aprontou tanto que o cidadão faz questão de incluir “só pra não passar batido”. Quer indicar sua queridinha do caos? Clique aqui

 

Prepare-se para uma disputa acirrada, emocionante, selvagem, porque incompetência, quando organizada, dá trabalho para ninguém botar defeito.

Operadoras do caos

As operadoras chegam ao PEBA 2025 com aquele pacote completo de reclamações que o consumidor conhece de cor: sinal que some no meio da ligação, internet móvel que promete 5G mas entrega 2G com fé, cobrança indevida que aparece do nada na fatura (“serviço de que, meu Deus?”), atendimento que joga o cliente de setor em setor até ele desistir por exaustão, chips que ativam serviços sem autorização, e claro, o clássico dos clássicos: “estamos verificando, aguarde um momento”. A escolha fica a gosto do freguês: Claro, Vivo, Tim e agora Nio (a antiga Oi, porque vilão que é vilão nunca morre).

O atraso sempre chega

No caso da CCR Metrô, as reclamações seguem aquele roteiro conhecido: trens superlotados em horários que nem deveriam ser de pico, atrasos que chegam sem aviso, mas sempre chegam, e a eterna sensação de que o sistema não acompanhou o crescimento da cidade. Some a isso problemas recorrentes de segurança, interrupções repentinas de operação, banheiros fechados ou imundos.

Foto: Metropress/Filipe Luiz

Fila de reclamação

No ferry-boat, a lista de reclamações é tão grande quanto a fila de carros em véspera de feriado: embarcações velhas que parecem ter saído direto de um museu marítimo sem manutenção, sucateados, banheiros que desafiam a coragem do passageiro, filas que começam em São Joaquim e terminam no questionamento existencial. A lista segue: sujeira constante, relatos de buracos e infiltrações nas embarcações, confusões, falta de segurança. Por isso, a Internacional Travessias Salvador (ITS), administradora do sistema, repete o feito do ano passado como indicada ao Prêmio PEBA.

Sem bola de cristal, nem tente

No universo das queixas, o Planserv aparece como clássico exemplo do que chamamos de “assistência à saúde… com limitação de serviço”. Usuários relatam: consultas que precisam ser marcadas com meses de antecedência, então sem uma bola de cristal prevendo qualquer problema, nem tente marcar. Há ainda queixas sobre especialidades que simplesmente não atendem mais, hospitais “credenciados” que nem lembram desse contrato e negativa de atendimentos em momentos críticos, como se o plano fosse um benefício de papel empoeirado. Em resumo: quem contribui para ter direito à saúde acaba tendo de lutar para conseguir atenção, assim como o plano dos servidores estaduais luta para levar o troféu deste ano depois de ficar no top três de 2024.

Foto: Metropress

CID: péssimo atendimento nível crônico

Mais uma repetindo a luta: a HapVida. No caso dela, as reclamações são tão numerosas quanto previsíveis: entre janeiro e agosto de 2024, foram registradas 1.827 queixas só na Bahia, segundo a ANS, envolvendo desde cancelamentos unilaterais de contratos até negativas de exames essenciais, como PET-Scan para pacientes em tratamento de câncer. Usuários relatam dificuldade crônica para agendar consultas, demora interminável no atendimento, falta de estrutura nas unidades e um sentimento generalizado de que o plano virou sinônimo de espera, não de cuidado. 

Estresse integrado

No caso do Integra, o sistema de ônibus de Salvador, as reclamações vão de atrasos intermináveis a veículos que parecem ter rodado direto de 1998 para cá sem uma única troca de peça no caminho e frequentemente quebrados. Passageiros relatam ônibus superlotados em qualquer horário do dia, ar-condicionado que funciona apenas como enfeite, intervalos que ignoram completamente o aplicativo oficial, apesar do nome, integra mesmo é o estresse coletivo do usuário. Some-se a isso problemas constantes de segurança e a sensação permanente de que o transporte público está sempre “em modo teste”. Resultado: o cidadão sai de casa sem saber se vai chegar, quando vai chegar ou em que estado emocional vai chegar. Não à toa, a associação das empresas de ônibus de Salvador foi a mais citada no Prêmio PEBA 2024 na categoria espontânea, quando o participante sugere uma opção.

CLN: Cobra, Lota, Não Entrega

Depois de concorrer ao PEBA de 2024, a ViaBahia foi embora, mas não sem deixar uma representante: a CLN, responsável pela BA-099 (Linha Verde), vai figurar dessa vez entre as favoritas ao prêmio. Motivos não faltam: usuários reclamam do pedágio salgado, enquanto os serviços entregues seguem o famoso “pode melhorar muito”. Há queixas sobre trechos com buracos, falta de sinalização, congestionamentos que se formam em horários críticos nos pedágios, especialmente feriados e verão. Nas redes, motoristas relatam filas extensas, manutenção que não acompanha o fluxo e uma sensação geral de que a estrada cobra preço de primeira e devolve experiência de terceira.

Modo surpresinha

Estreante no prêmio, mas não nas reclamações, a Monobloco entra no páreo com uma fama folclórica entre os motoristas baianos: a das surpresinhas. É chegar com um probleminha minúsculo, às vezes só uma troca de óleo, um alinhamento, uma peça solta, e sair com um orçamento digno de reforma de carro de Fórmula 1. Os relatos são tão repetitivos que já viraram categoria própria: avaliação que encontra dez novos defeitos, orçamento que pula para cinco mil reais sem o cliente entender muito bem como, e aquela venda casada marota que sempre encaixa um serviço “essencial” que, curiosamente, todo mundo precisa. A experiência é tão padrão que muitos clientes já vão preparados: levam o carro, recebem o diagnóstico apocalíptico e saem com a sensação de que o veículo entrou no elevador e voltou com problemas que nem existiam. 

Foto: Metropress

Caminho do perrengue
A Cidade do Sol, empresa de ônibus intermunicipais, e irmã de várias outras que operam sob o mesmo guarda-chuva empresarial, acumula reclamações sobre atrasos, ônibus velhos, viagens sem ar-condicionado e veículos que quebram no meio da estrada como se fizessem parte da programação. Passageiros relatam longas esperas, trechos feitos com ônibus substitutos improvisados, bagageiros com problemas, atendimento que pouco resolve quando a viagem dá errado e o principal: preços salgados para o serviço entregue. A sensação geral é de que as empresas mudam de nome, mas o serviço continua numa mesma linha: velha, instável e sempre deixada nas mãos da paciência do usuário, que muitas vezes só quer chegar ao destino sem viver uma aventura inesperada.