Justiça
Ex-juíza de Haia se diz otimista por punição a Bolsonaro: "Justiça tarda mas não falha"
Relatório da CPI da Covid sugere que presidente seja indiciado por nove crimes
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A ex-juíza do Tribunal Penal Internacional de Haia Sylvia Steiner, única brasileira que já atuou na corte, afirmou que é "otimista" e diz acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será punido por supostos crimes cometidos durante a gestão da pandemia da Covid-19.
Em entrevista ao portal UOL, Sylvia traçou paralelos entre o mandatário do Brasil e o ex-presidente do Sudão, Omar al-Bashir, que foi condenado por crimes de guerra e contra a humanidade. "Falaram que ele (al-Bashir) nunca seria preso e, ao sair do cargo, ele está hoje preso no Sudão. A justiça tarda mas não falha", disse;
A leitura do relatório da CPI da Covid sugere que Bolsonaro seja indiciado por nove crimes. Para ela, "há provas suficientes para instauração de ação penal por crimes comuns e contra humanidade".
Sylvia reforçou que tudo dependerá do Tribunal, mais especificamente do novo procurador de Haia, examinar e acatar o relatório da CPI da Covid e, junta ou separadamente, outras duas denúncias contra Bolsonaro por genocídio.
Se a decisão do procurador for de escolher casos emblemáticos, acho que o nosso se encaixa. Não trata só de má gestão de saúde pública, mas utilização de estruturas do Estado para atingir determinadas populações. Se eu fosse escolher critério emblemático, esse é bastante para ser selecionado para investigação no Tribunal".
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