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Moraes determina que Bolsonaro preste depoimento sobre financiamento do filho nos EUA em até 10 dias

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Moraes determina que Bolsonaro preste depoimento sobre financiamento do filho nos EUA em até 10 dias

Ex-presidente terá que explicar apoio financeiro a Eduardo Bolsonaro, alvo de inquérito por possível intimidação a autoridades, dentro do prazo estabelecido

Moraes determina que Bolsonaro preste depoimento sobre financiamento do filho nos EUA em até 10 dias

Foto: Carolina Antunes/PR

Por: Metro1 no dia 27 de maio de 2025 às 14:23

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal tome, no prazo de até 10 dias, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O objetivo é esclarecer o financiamento do seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente vive nos Estados Unidos.

A decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir a abertura de inquérito para investigar Eduardo. Moraes acatou o pedido e afirmou que Bolsonaro deve “prestar explicações a respeito dos fatos, dada a circunstância de ser diretamente beneficiado pela conduta descrita e já haver declarado ser o responsável financeiro pela manutenção do sr. Eduardo Bolsonaro em território americano”.

Além de Bolsonaro, o ministro determinou que sejam ouvidos o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), autor da representação que motivou o pedido da PGR, e o próprio Eduardo Bolsonaro. Este, no entanto, poderá apresentar esclarecimentos por escrito, já que reside fora do Brasil.

Moraes também solicitou ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que informe quais autoridades diplomáticas norte-americanas são responsáveis por formalizar a comunicação do inquérito ao parlamentar.

Na petição, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, citou declarações de Eduardo Bolsonaro afirmando atuar junto ao governo dos EUA para propor sanções contra ministros do STF, a própria PGR e a Polícia Federal. Segundo Gonet, essas iniciativas configuram “manifesto em tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na ação penal”.

Desde março, quando se afastou do mandato, Eduardo vive nos Estados Unidos e tem feito publicações e declarações denunciando supostos abusos cometidos por Moraes. Para Gonet, essas manifestações — “sobretudo, em postagens em redes sociais, que reverberam em outros canais de mídia, bem como em entrevistas diretas a veículos de imprensa” — podem representar tentativa de interferência indevida nas investigações e em eventuais julgamentos.