
Justiça
Dono de posto que deu origem à Lava-Jato pede a Toffoli extensão de decisão que beneficiou Youssef
Pedido foi apresentado ao STF após decisão do ministro que anulou decisões da operação envolvendo doleiro

Foto: Ton Molina/STF
O doleiro Carlos Habib Chater, dono do posto de combustíveis que deu origem à Lava Jato, pediu ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a extensão da decisão dada por ele nesta segunda-feira que anulou todos os atos da operação relativos a outro doleiro, Alberto Youssef.
Chater alega que foi alvo das mesmas práticas que levaram à anulação dos atos contra Youssef. "A situação do Requerente, a motivar este pedido de extensão dos efeitos de decisão, é idêntica à do caso paradigma, do Peticionário Alberto Youssef", afirmam seus advogados. Chater foi preso na primeira fase da Lava-Jato, em março de 2014, junto com Youssef e outra pessoas. Em 2018, ele foi condenado pelo então juiz Sergio Moro a 10 anos e 11 meses de prisão, por operação irregular de instituição financeira e evasão de divisas.
O doleiro afirma que estava na mema cela de Youssef, na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde foi encontrado um grampo. Também alega que foram usados contra eles dados de comunicação obtidos pela PF diretamente com a empresa BlackBerry, fora dos canais oficiais.
Em decisão desta segunda-feira, Toffoli anulou todos os atos da Lava-Jato contra Youssef e apontou que houve uma atuação coordenada e ilegal entre o então juiz Sergio Moro, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal para forçar delações e manipular provas. A decisão é mais um duro revés contra os principais protagonistas da operação e amplia o entendimento do Supremo sobre os abusos cometidos em Curitiba.
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