
Justiça
Dino cobra explicações da Câmara sobre urgência do PL da Adultização
Ministro do STF deu prazo de 10 dias para Hugo Motta esclarecer aprovação simbólica do regime de urgência

Foto: Antonio Augusto/STF
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), apresente em até 10 dias esclarecimentos sobre o processo que aprovou o regime de urgência para o projeto de lei sobre a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais, conhecido como PL da Adultização.
A decisão atende a pedido do deputado Marcos Sborowski Pollon (PL), que recorreu ao Supremo para anular a decisão da Mesa Diretora da Câmara. O parlamentar alega que houve atropelo do processo legislativo, já que a votação da urgência ocorreu de forma simbólica, sem registro nominal dos votos, apesar da tentativa da oposição de requerer votação individual.
No dia 19 de agosto, o plenário aprovou a urgência de maneira simbólica, o que gerou protestos da oposição. Hugo Motta afirmou que não havia pedido de votação nominal antes da decisão e declarou o resultado proclamado. No dia seguinte, o texto principal foi aprovado e seguiu para o Senado.
Pollon argumenta que a manobra violou a Constituição e comprometeu a legitimidade do processo. Em manifestação incluída no processo, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) acusou Motta de ter “atropelado” a votação e aprovado o requerimento com o plenário vazio.
Dino considerou “indispensável” ouvir a Câmara antes de avaliar o pedido e também enviou o caso à Advocacia-Geral da União (AGU) para eventual manifestação.
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