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Justiça aponta uso de clínica como 'laranja' para inflar patrimônio do Banco Master

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Justiça aponta uso de clínica como 'laranja' para inflar patrimônio do Banco Master

Investigação indica emissão de notas comerciais milionárias por empresas de pequeno porte vinculadas ao banco

Justiça aponta uso de clínica como 'laranja' para inflar patrimônio do Banco Master

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 21 de novembro de 2025 às 18:49

Atualizado: no dia 21 de novembro de 2025 às 18:59

De acordo com a ação judicial que autorizou, na última terça-feira (19), a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, o Banco Master utilizou uma clínica médica em Minas Gerais em nome de laranja para inflar artificialmente seu patrimônio e mascarar a real situação financeira da instituição. As informações são do portal UOL.

As investigações identificaram que o Master injetou R$ 361 milhões em uma pequena clínica de Contagem. Segundo o juiz Ricardo Augusto Leite, a Comissão de Valores Mobiliários verificou em junho que a Clínica Mais Médicos S.A, com capital social de apenas R$ 700 mil, emitiu 13 notas comerciais entre 2021 e abril de 2025 que totalizaram R$ 361 milhões.

Apesar de ser incomum que uma empresa de pequeno porte emita notas de valores tão altos, o Master comprou esses títulos por meio do Jade Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, cujo único cotista é o próprio banco.

A CVM suspeita que o dinheiro simplesmente não existe. Para o juiz, a dona da clínica, Valdenice, "atuaria como laranja [pessoa utilizada para ocultar os verdadeiros donos da empresa] no esquema", "para artificialmente inflar o patrimônio do Banco Master".

Havia também um vínculo entre a clínica e o Hospital São José, outra empresa sob suspeita. A instituição emitiu R$ 214 milhões em notas comerciais "posteriormente adquiridas pelo Fundo Jade", aponta a decisão.

Segundo os investigadores, o objetivo era "mascarar a real condição econômico-financeira" do banco. A emissão de notas comerciais em valores "significativamente superiores à sua própria receita bruta" é tratada como "distorção contábil" que "compromete a adequada precificação dos títulos emitidos, podendoinduzir investidores em erro quanto ao risco efetivo dessas operações", escreveu o juiz.

Em nota, a defesa de Daniel Vorcaro negou as acusações. "Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, que foi detido na noite de segunda-feira (17) em Guarulhos, constituiu uma equipe de advogados que cuidarão de sua defesa", afirmou.

A nota acrescenta: "Vorcaro anunciou a venda da instituição e tinha plano de voo a Dubai para se encontrar com os compradores. No mesmo dia, advogados, por ele e pelo Banco Master, colocaram-se, como já haviam feito antes, à disposição para cooperar com as autoridades, prover informações, participar de audiências, inclusive com a presença de Vorcaro".