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Fortalecimento do PSD dificulta chapa puro-sangue do PT para o Senado em 2026, avaliam líderes da base
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Por Jairo Costa Júnior
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Fortalecimento do PSD dificulta chapa puro-sangue do PT para o Senado em 2026, avaliam líderes da base
Com 115 prefeitos eleitos domingo passado, partido de Otto se torna entrave para os planos de Jerônimo, Rui e Wagner
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
O resultado expressivo do PSD na disputa pelos 417 municípios baianos praticamente inviabiliza a estratégia do PT de ocupar três das quatros vagas na chapa majoritária de 2026 com candidatos petistas de puro-sangue, avaliam líderes da base governista consultados pela coluna sobre os desdobramentos das eleições deste ano para a próxima sucessão estadual. Ao todo, a legenda liderada pelo senador Otto Alencar emplacou 115 prefeitos no interior baiano, sete a mais do que em 2020, quando conquistou 108 cidades. O fortalecimento eleitoral do PSD coloca o partido com vantagem na mesa de negociações em torno da candidatura No momento, o desejo do PT é assegurar a candidatura à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues e a dobradinha do senador Jaques Wagner com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para o Senado.
Lotação esgotada
"Com Otto mais forte no jogo, será muito difícil para o PT ficar com a vaga de governador e as duas do Senado. Se o PSD exigir que o senador ngelo Coronel concorra a um segundo mandato na chapa do Palácio de Ondina, e é bem provável que faça isso, os petistas terão que rifar uma delas. Aí é que está a questão: Jerônimo, até o momento, já tem o lugar dele garantido. Wagner, por já ser senador e aliadíssimo do presidente Lula, tem prioridade na fila. Acontece que Rui também está disposto a garantir seu espaço, e tem poder de barganha para isso ", analisou um líder da base aliada com assento no Conselho Político do governo, em referência ao crescimento do Avante, que saltou de quatro para 60 prefeitos eleitos no último dia 6 de outubro, em movimento articulado pessoalmente pelo chefe da Casa Civil do Planalto para ganhar oxigênio no duelo por uma das candidaturas a senador.
Dois por um
Dois outros caciques governistas acham que o único jeito de resolver o eventual impasse em torno da montagem da chapa majoritária da base seria convencer o PSD a ficar com a vaga de vice-governador, hoje ocupada por Geraldo Jr., candidato derrotado a prefeito de Salvador pelo MDB. Ambos creem que, para aceitar a oferta, o PSD vai querer também que o governo apoie a recondução do deputado estadual Adolfo Menezes à presidência da Assembleia Legislativa pelos próximos dois anos. Nesse caso, porém, a hipótese pode esbarrar nos planos do MDB para 2026 e no peso que a legenda comandada na Bahia pelos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima terá na futura disputa pelo governo do estado.
De boa na lagoa
"Na minha vida pública, tenho uma data para anunciar as decisões que tomo em ano de eleição: dia 29 de março, por coincidência, o aniversário de Salvador. Antes disso, nunca", afirmou o senador Otto Alencar, quando perguntado pela Metropolítica sobre as negociações de espaços para o PSD no palanque governista. Para Otto, o alto número de prefeitos eleitos pelo partido é reflexo direto de sua forma de atuação política. "Quem me conhece sabe que trabalho pelo grupo, jamais pensando só em mim. A vitória que tivemos é fruto da atenção constante que damos às nossas lideranças. Tanto que tivemos candidatos em quase 230 municípios na Bahia. Vencemos na metade deles. E em muitas das cidades onde perdemos, a derrota foi por pouco. O que mostra que o PSD está mais forte do que nunca aqui", afirmou o senador.
Queda livre
Em meio à ressaca eleitoral, dois fiascos viraram assunto nos corredores da Câmara Municipal de Salvador. O primeiro foi a derrapada do vereador Joceval Rodrigues (MDB), que em 2020 teve 5.723 votos, mas recebeu apenas 1.538 no domingo passado e terminou na 182ª posição. Já o vereador Isnard Araújo (PL), que quatro anos atrás terminou a disputa na terceira colocação com 12.799 votos, viu o número definhar para 4.239 e ficou em 90º lugar. Nos dois casos, o fracasso é atribuído à perda de apoio do eleitorado da Igreja Católica e da Universal, respectivamente, antigos redutos de Joceval e Isnard.
Morte na praia
Na turma dos que buscavam espaço na Câmara de Vereadores, uma derrota mobilizou as rodas de conversa na Casa. Apesar do empenho pessoal do deputado federal Léo Prates, mais votado na capital na eleição de 2022, o ex-chefe da Defesa do Consumidor do Município (Codecon) Zilton Krüeger Netto conseguiu somente 6.333 votos e ficou como primeiro suplente do PDT. Contudo, aposta-se alto que um dos quatro eleitos pelo partido - Omarzinho Gordilho, ex-presidente da Limpurb; e os vereadores Anderson Ninho, Roberta Caires e Débora Santana - será nomeado para o alto escalão no segundo governo Bruno Reis (União Brasil), abrindo espaço para que Zilton assuma o mandato de forma interina.
Ciranda, cirandinha
Quem também está de olho na dança de cadeiras da prefeitura é o ex-vereador Orlando Palhinha, que ficou na primeira suplência do União Brasil. Integrantes do núcleo-duro do Palácio Thomé de Souza dão como certa a nomeação de pelo menos um quadro reeleito pelo partido para o secretariado de Bruno Reis. Em especial, Marcelle Moraes, que chefiou por mais de três anos a pasta de Sustentabilidade, Inovação e Bem-Estar Animal. Em entrevista à Rádio Metropole na segunda (07), Marcelle fez como todo bom político: não disse que sim e nem que não.
Rainha da selva
Ainda sobre Marcelle Moraes, a vitória eleitoral teve um gosto mais que especial para ela. É que o irmão da vereadora, o ex-deputado estadual Marcell Moraes, trabalhou ativamente para derrotá-la e eleger a ex-esposa, Carol dos Animais (PSDB), com o apoio do mundo pet. No entanto, Marcelle levou a melhor. Para ser mais preciso, teve quase 10 mil votos, contra 4.196 obtidos pela ex-cunhada.
Corra, Galego, corra!
Mal tinha acabado o rescaldo das eleições, e o senador Jaques Wagner foi chamado às pressas a Brasília pelo presidente Lula, que convocou no domingo (06) uma reunião com a cúpula do governo federal para as 9h da manhã seguinte. A pauta: avaliar o resultado da sucessão, ajustar a sabatina do economista Gabriel Galípolo, aprovado nesta terça-feira (08) pelo Senado como novo presidente do Banco Central, e discutir a estratégia voltada a consolidar a regulamentação da reforma tributária no Congresso. Para chegar a tempo, Wagner madrugou no Aeroporto de Salvador, onde partiu por volta das 4h30.
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