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Depoimento revela que furtos na ex-sede dos Correios começaram após estatal cortar segurança

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Por Jairo Costa Júnior

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Depoimento revela que furtos na ex-sede dos Correios começaram após estatal cortar segurança

Redução de vigilante para somente um por turno coincide com onda de invasões a edifício abandonado na Pituba; enxugamento foi atribuído à crise financeira na estatal

Depoimento revela que furtos na ex-sede dos Correios começaram após estatal cortar segurança

Foto: Metropress/Isabela Corbacho

Por: Jairo Costa Jr. no dia 16 de dezembro de 2025 às 17:48

Atualizado: no dia 16 de dezembro de 2025 às 18:54

A série de furtos praticados contra a antiga sede da Superintendência Regional dos Correios na Bahia teve início após a direção da estatal determinar o corte de metade da equipe responsável pela segurança do edifício, situado na Avenida Paulo VI, Pituba. É o que revela um depoimento feito à Polícia Federal no âmbito da operação deflagrada na segunda-feira (15) para combater a invasão de criminosos e usuários de drogas no prédio abandonado desde 2018.

Pela metade
No depoimento à PF, ao qual a Metropolítica teve acesso, o chefe da seção de segurança dos Correios no estado, Carlos Alberto Lima Conceição, contou que há aproximadamente seis ou oito meses o número de vigilantes foi reduzido de quatro para dois funcionários terceirizados. Eram dois por cada turno, mas passou a ser apenas um durante o dia e outro à noite.

Rastilho de pólvora
Desde então, informou o chefe de segurança da estatal, começaram as invasões à antiga sede dos Correios "para retirar esquadrias, fios e outros bens que possuam algum valor para serem vendidos”. Ele destacou ainda que hoje não existe qualquer obstáculo para entrar no imóvel, "pois parte do muro foi quebrada pelos próprios usuários de drogas e atualmente o acesso normalmente é feito por este local". 

Mãos atadas
"Como só fica um vigilante no local (seja de dia ou de noite), e as invasões normalmente são realizadas em grupos de pessoas, esse vigilante muitas vezes não pode tomar uma atitude sozinho, pois há risco de haver uma reação que coloque a vida do vigilante em risco", destacou Carlos Alberto. Apesar das recentes prisões de criminosos, não houve aumento no número de seguranças para conter a onda de invasões.

Luz de alerta
Carlos Alberto disse também à PF que, quando os casos de furtos começaram a crescer, alertou diretamente o subgerente dos Correios na Bahia, Armando Lima Filho, sobre o avanço das invasões ao prédio e reforçou a necessidade de aumentar o número de vigilantes no edifício. No entanto, segundo o depoimento, Armando Filho teria atribuído a redução na segurança a cortes orçamentários.

Cara ou coroa
Devido à grave crise financeira enfrentada pelos Correios, acrescentou, a superintendência da estatal na Bahia "teve que escolher os lugares mais sensíveis para manter a vigilância" e, por isso, a antiga sede da empresa na Pituba foi obrigada a ficar com somente um vigilante por turno.

Mais um
No entanto, o edifício da Pituba não é o único imóvel da estatal em Salvador a sofrer furtos por falta de segurança. De acordo com Carlos Alberto, uma agência dos Correios no Rio Vermelho, atualmente desativada, foi invadida pelo menos duas vezes nos últimos meses.