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Exigências do PDT inviabilizam permanência de Leo Prates na sigla, afirmam caciques do partido

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Por Jairo Costa Júnior

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Exigências do PDT inviabilizam permanência de Leo Prates na sigla, afirmam caciques do partido

Cúpula pedetista impõe alinhamento integral a Jerônimo Rodrigues na disputa pelo governo do estado em 2026; deputados que se recusarem a apoiar petista serão expulsos caso se neguem a sair

Exigências do PDT inviabilizam permanência de Leo Prates na sigla, afirmam caciques do partido

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Por: Jairo Costa Jr. no dia 05 de maio de 2025 às 17:34

Embora o deputado federal Leo Prates garanta que tem apoio dos cardeais do PDT para concorrer à reeleição pelo partido em 2026, o acordo que selou o retorno da sigla à base aliada ao PT na Bahia torna insustentável sua permanência na legenda. Segundo apurou a Metropolítica, a Executiva Estadual do PDT decidiu impor a todos os parlamentares com candidatura posta ano que vem o alinhamento integral ao governador Jerônimo Rodrigues na próxima disputa pelo Palácio de Ondina. "Leo é aliado de primeira linha de ACM Neto (ex-prefeito de Salvador e virtual candidato ao governo do estado pelo União Brasil). Caso ele se mantenha mesmo ao lado de Neto, só lhe restará dois caminhos: sair por vontade própria ou ser expulso. Outra possibilidade não existe", confidenciou um dirigente pedetista com assento na cúpula do partido.

Cara contra o muro
Em conversas reservadas, caciques do PDT afirmaram ainda que, antes das negociações para o regresso da legenda ao bloco governista, Leo Prates tentou duas vezes substituir o deputado federal Félix Mendonça Júnior no comando do partido na Bahia. Contudo, não obteve a chancela do presidente nacional do PDT, o agora ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, de quem Félix Júnior é braço direito no estado. No mesmo movimento, Prates deve ser defenestrado em breve da presidência da sigla em Salvador. "Ele achava que as conversas com o PT não prosperariam. Pagou pra ver e perdeu a aposta", emendou outro líder pedetista consultado pela coluna.

Duas medidas
Além de Leo Prates, as exigências da direção do PDT para as próximas eleições vão atingir também o deputado estadual Emerson Penalva. Único integrante do partido na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Penalva também pertence ao grupo político liderado por ACM Neto e dificilmente vai cumprir a determinação do partido de apoiar a reeleição de Jerônimo Rodrigues. A imposição, entretanto, não será estendida à vice-prefeita da capital, Ana Paula Matos, e nem aos quatro vereadores pedetistas na Câmara Municipal de Salvador: Anderson Ninho, Débora Santana, Omarzinho Gordilho e Roberta Caires. "Por enquanto, esses cinco não são candidatos a nada em 2026, e a regra vale apenas para ano que vem. Só saem se quiser, mesmo que continuem na base do União Brasil", emendou um influente membro da legenda no estado.

Pano de fundo
Internamente, a ruptura do PDT com a ala encabeçada com o União Brasil foi vista por lideranças do partido como efeito direto da desidratação sofrida pela sigla na Bahia após deixar a base do PT e migrar para a oposição. Em síntese, alegaram, quando gravitava a órbita petista o PDT baiano chegou a ter quatro deputados federais e cinco estaduais. Hoje, tem dois na Câmara e um na Alba, sendo que somente Félix Júnior não pertence à cota de ACM Neto na legenda. Agora, a expectativa das lideranças pedetistas é a de que o partido volte a ganhar oxigênio na carona do governo Jerônimo.

Meia passagem 
Parlamentares do PP estão convencidos de que o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do partido, não vai exigir alinhamento automático ao União Brasil nos estados para a sucessão de 2026. A tendência, acreditam, é que os arranjos locais sejam respeitados e que as diretrizes da federação recentemente criada pelas duas siglas englobem só a corrida presidencial. Em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (05) ao apresentador Mário Kertész, da Rádio Metropole, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, presidente do PP na Bahia, assegurou que uma eventual imposição nesse sentido certamente provocaria numerosas baixas na bancada da sigla no Congresso.  

Linguagem subliminar
Na ocasião, Mário Júnior sinalizou de modo subliminar que os conflitos de interesses entre PP e União Brasil em parte dos estados podem levar ao naufrágio da União Progressista antes que a nova federação seja formalizada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Atualmente, quase todos os três deputados federais e seis estaduais do PP na Bahia integram o arco petista. A exceção é o ex-vice-governador João Leão, que concorreu à Câmara no palanque oposicionista em 2022 após cortar os laços com o PT. 
 
Esplanada Turismo
Nada menos que nove ministros de estado foram autorizados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para viajar ao exterior este mês, em meio à grave crise na imagem do governo federal por conta do escândalo envolvendo os descontos ilegais de aposentados e pensionistas do INSS. A lista inclui Fernando Haddad (Fazenda), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Margareth Menezes (Cultura), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Marina Silva (Meio Ambiente), Carlos Fávaro (Agricultura) e Alexandre Padilha (Saúde).  

Portão de embarque
Todos os ministros liberados para o rolé governamental fora do país passarão de quatro a dez dias longe dos gabinetes, com as viagens custeadas pelos cofres públicos. O roteiro inclui eventos e encontros de todos os tipos, parte deles sem relevância para o cidadão, em oito países: China, Estados Unidos, Suíça, França, Espanha, Dinamarca, Noruega e Angola   

Causa própria
Fontes que atuam no mercado financeiro pensam ter decifrado o enigma sobre o apoio de políticos dos mais variados matizes à compra do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB), estatal que pertence ao governo do Distrito Federal. Trocando em miúdos, a tese é de que há deputados, senadores e autoridades públicas empenhados em proteger os próprios investimentos aplicados no Master. Atraídos pelo retorno a taxas muito acima do que é praticado pelas demais instituições bancárias para a remuneração de CDBs, colocaram somas generosas nas mãos do Master. Agora, gastam suor e saliva para salvar a si mesmos do tombo caso o banco do baiano Guga Lima quebre.

Menina dos olhos
Membros do alto escalão do Palácio Thomé de Souza estão convictos de que o prefeito Bruno Reis trabalha ativamente para que sua vice seja candidata do grupo liderado pelo União Brasil na batalha pelo controle da capital em 2028. Nas últimas semanas, Ana Paula Matos, que já chefia a pasta de Cultura e Turismo, aumentou a sinergia com  diversas outras secretarias e órgão da prefeitura, em claro indício de quem vem sendo preparada por Bruno para substituí-lo.