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Grupo apelidado de 'Máfia das Vagas' está por trás da derrubada da eleição para comando do Conselho do Carnaval
Integrantes do Comcar acusam quatros blocos de utilizar ações judiciais para continuar a vender espaços privilegiados na fila da folia de Salvador, prática sob apuração do MP
Foto: Tácio Moreira/Metropress
Um grupo formado por quatro blocos de trio de Salvador, conhecido entre empresários da indústria da axé music por "Máfia das Vagas", foi apontado como responsável pela derrubada da eleição para o comando do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), colegiado formado por representantes de órgãos públicos, associações, sindicatos e demais entidades ligadas ao setor de eventos e responsável pela organização da principal folia de rua da capital baiana. Prevista para a próxima quinta-feira (15), a escolha da nova direção do conselho foi anulada no último dia 8, em caráter liminar, por ordem do juiz Pedro Rogério Castro Godinho, da 8ª Vara da Fazenda Pública de Salvador.
Tudo nosso...
Integrantes do Comcar consultados pela coluna foram unânimes em atribuir o imbróglio à ofensiva da Associação dos Blocos de Salvador (ABS) . A entidade, pioneira do gênero, perdeu pouco a pouco espaço para a Associação dos Blocos de Trio e está restrita hoje, basicamente, a quatro blocos: Tô Ligado, Baby Léguas, Pré-Universitário e Tá Rindo de Quê. Coincidência ou não, todos estão há anos sem desfilar nos circuitos carnavalescos, mas aproveitam brechas na legislação para alugar o espaço privilegiado que mantêm na fila da folia.
...Nada deles!
"Essa liminar tem as digitais de blocos que já não saem no Carnaval, mas mesmo assim querem permanecer com os privilégios que possuem para lucrar com venda do lugar na fila. Prática lesiva que, inclusive, foi alvo de denúncias do Comcar e objeto de apuração do Ministério Público do Estado (MP). Por isso, esse grupo é apelidado de 'Máfia das Vagas' e aí está origem da sucessão de processos movidos na Justiça pela ABS para impedir o trabalho que o conselho, a prefeitura e o MP vêm fazendo para acabar com tamanha imoralidade e facilitar a chegada de blocos interessados em desfilar, gerar empregos, incrementar a renda da cidade e fazer negócios", desabafou um influente membro do Comcar.
Boca de espera
Outro participante do colegiado diz que o órgão já ingressou com recurso, por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM), com objetivo de sustar os efeitos da liminar e limpar o caminho para a nova eleição no Comcar. "Até lá, a escolha da futura direção do conselho segue suspensa", emendou.
Feito por encomenda
A justificativa para o adiamento do início da produção de carros da BYD em Camaçari - a de que a enxurrada de denúncias sobre trabalho escravo na construção da unidade postergou a data para o fim de 2026 - caiu sob medida nos planos da montadora chinesa. Em conversas reservadas com a Metropolítica, pesos-pesados do mercado automotivo baiano asseguram que, com os subsídios do governo da China à BYD e a baixa alíquota do imposto sobre a importação de elétricos, atualmente em 18%, tornam mais barato hoje trazer o veículo da Ásia do que fabricá-lo no Brasil. Curiosamente, o percentual só crescerá para 35% em julho do ano que vem, às vésperas da próxima corrida eleitoral.
Guerra em quatro rodas
A redução tributária para elétricos é uma das principais queixas apresentadas contra a BYD pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que reúne as montadoras tradicionais. Em seguidas manifestações à imprensa, a Anfavea acusa a compahia chinesa de dumping, prática ilegal que consiste em vender produtos a preços abaixo do custo de produção ou dos valores médios do mercado, infração negada pela BYD.
Manual do perdão
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), o deputado baiano Paulo Azi (União Brasil) está convicto de que o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) só vai escapar da cassação em plenário se mudar a postura de enfrentamento com a qual, segundo ele, o parlamentar fluminense atua no Congresso Nacional. "Caso recue da postura um tanto agressiva e adote um tom mais conciliador, menos agressivo, é provável que receba uma punição mais leve. Do contrário, o cenário ficará difícil", afirmou Azi, nos bastidores da entrevista concedida nesta terça-feira (13) à Rádio Metropole. Na quinta-feira (15), Braga estará em Salvador para um ato em apoio a ele, organizado pelo Diretório Estadual do Psol na Faculdade de Arquitetura da Ufba.
Casca de banana
Para Azi, a estratégia traçada por Glauber Braga em sua defesa ante a CCJ complicou ainda mais a vida do deputado do Psol no processo de cassação, aberto após o parlamentar expulsar da Câmara, aos chutes e empurrões, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), episódio ocorrido em abril de 2024. "Ele vem apostando muito na retórica de que é perseguido por Arthur Lira (deputado federal pelo PP de Alagoas e ex-presidente da Casa). Glauber chegou ao ponto de arrolar como sua testemunha a ex-esposa de Lira (Jullyene Lins), que é inimiga pessoal dele. O caso (envolvendo o militante do MBL) foi grave, mas não a ponto de cassar mandato. Isso pode ocorrer pelo conjunto da obra", resumiu.
Velha política
Ocupantes do primeiro e segundo escalões do Palácio Thomé de Souza notaram um salto no número de nomeações para cargos de confiança concretizados como forma de acomodar aliados de partidos sem grande expressão, sobretudo oriundos do Novo. É o caso de Luciana Buck, uma das principais lideranças do partido em Salvador, que ganhou recentemente o posto de diretora geral na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec). Em 2022, Luciana Buck se candidatou a deputada federal e ficou em primeiro lugar entre todos os concorrentes da legenda no estado, com 4.745 votos. Dois anos antes, ela havia tentado obter vaga na Câmara de Vereadores, mas somou apenas 1.965 votos e também ficou fora da lista.
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