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Mesmo com ministra baiana, estado é apenas o 12ª no ranking da Lei Rouanet em 2025
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Por Jairo Costa Júnior
Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder
Mesmo com ministra baiana, estado é apenas o 12ª no ranking da Lei Rouanet em 2025
Soma de valores de projetos que tiveram captação autorizada este ano na Bahia por comissão vinculada ao Ministério da Cultura, órgão chefiado pela cantora Margareth Menezes, chega a ser 24 vezes menor que a de São Paulo e bem abaixo de mais dez estados, incluindo Pará, Ceará, Pernambuco e Espírito Santo

Foto: Victor Vec/MinC
Embora seja a terra natal da chefe do MinC, Margareth Menezes, a Bahia ocupa apenas a 12º posição no ranking de estados que tiveram os maiores volumes de recursos com captação autorizada em 2025 pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), por meio da Lei Rouanet. É o que aponta um levantamento feito pela Metropolítica junto à base de informações do Salic, sistema unificado que, entre outras atribuições, reúne dados sobre projetos incentivados pela Rouanet. Desde o início do ano, a soma aprovada para propostas apresentadas por produtores e artistas baianos totaliza aproximadamente R$ 47 milhões, quase 24 vezes menos que o montante destinado a São Paulo, primeiro da lista, com R$1,14 bilhão.
Andar de baixo
Ainda de acordo com os registro do Salic, a Bahia ficou bem abaixo também do Rio de Janeiro (R$ 673 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 613 milhões), Minas Gerais (R$ 370 milhões), Paraná (R$ 192 milhões) e Santa Catarina (R$ 110 milhões), respectivamente, segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto lugares no ranking da Lei Rouanet de janeiro a setembro deste ano. Embora seja muito mais populoso, o estado também está atrás do Pará (R$ 87 milhões), Distrito Federal (R$ 86 milhões), Espírito Santo (R$ 79 milhões), Ceará (R$70 milhões) e Pernambuco (R$ 53 milhões). O que mostra tanto a disparidade entre as regiões Sul e Sudeste, em comparação com Norte, Nordeste e Centro-Oeste, quanto a dificuldade da Bahia em conseguir emplacar propostas pelas leis de incentivo sob o guarda-chuva do Ministério da Cultura.
Aquém da conta
Para se ter ideia, na última reunião do CNIC, realizada na quinta-feira passada (11), a Bahia só teve quatro projetos aprovados pela comissão do MinC, com valor total de R$ 4,89 milhões. Entre os quais, o 12º Festival Música em Trancoso, organizado pelo Instituto Terravista, e o novo livro do fotógrafo Eduardo Moody, conhecido pela rica iconografia sobre a Praia do Forte. Já São Paulo obteve autorização para captar R$ 100 milhões, por meio de 48 propostas, seguido pelo Rio Grande do Sul (R$ 64 milhões para 34 projetos), Rio de Janeiro (R$ 56 milhões para 18 projetos) e Minas Gerais (R$ 52 milhões para 31 projetos).
Alvo duplo
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, a Polícia Federal iniciou uma investigação para apurar suspeitas de irregularidades em emendas Pix destinadas a dois municípios baianos. Um deles é Camaçari, que de 2017 a 2024 foi governada por Antônio Elinaldo (União Brasil), principal nome da oposição na cidade hoje comandada pela quarta vez por Luiz Caetano (PT). O outro é Coração de Maria, cujo prefeito reeleito, Kley Lima (Avante), é aliado de primeira hora do senador Ângelo Coronel (PSD), maior cacique político da cidade.
Cheiro do ralo
As duas cidades baianas fazem parte da relação de nove municípios da Bahia, Roraima, Amapá, Roraima, Acre, Rio de Janeiro e São Paulo que tiveram os repasses de emendas Pix suspensas por Flávio Dino na segunda-feira (15), após a Controladoria-Geral da União (CGU) detectar indícios de irregularidades e até mesmos crimes na execução dos projetos bancados por recursos do Orçamento da União. No caso da prefeitura Camaçari, por desvio do objeto relativo a um contrato firmado em 2022, ainda na gestão de Antônio Elinaldo. Já em Coração de Maria, o veto se deu por contratação de empresa sem comprovação de capacidade técnica para o serviço.
Fiat Fux!
Fonte que gravita o círculo íntimo do ministro do STF Luiz Fux garante saber a origem real do controverso voto que deu no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete réus do chamado núcleo crucial da tentativa de golpe de estado sintetizada nos ataques de 8 de janeiro de 2023. "Ele atendeu a um conjunto de pedidos encapados por uma pessoa a quem tem imensa gratidão, sobretudo, pela ajuda que recebeu dele para ascender aos mais altos escalões do Judiciário. Não tem a ver com nenhuma aliança ao bolsonarismo, até porque isso não existe, mas com oficiais estrelados das Forças Armadas. As pessoas talvez tenham se esquecido de que Fux é do Rio de Janeiro, o mesmo lugar de origem de quase todos os militares envolvidos na trama. E os relacionamentos que o ministro fez ao longo da vida têm peso em sua decisão", confidenciou.
Redução de danos
Luiz Fux, segundo a mesma fonte, sabia de antemão que seria voto vencido e que o placar ficaria em 4x1 pela condenação de Bolsonaro e demais integrantes do núcleo crucial. "Então, convicto do resultado, resolveu atender ao pedido feito poucas semanas antes do início do julgamento, ainda que seu voto contrariasse totalmente o posicionamento que ele adotou em decisões anteriores sobre esse caso. Buscou apenas construir um argumento jurídico aceitável, para minimizar o impacto em si próprio", emendou.
Dedo no gatilho
Adversários do deputado federal Cláudio Cajado (PP) em redutos políticos do interior comemoraram bastante a escolha dele como novo relator da PEC da Blindagem. Em suma, vão utilizar o protagonismo do parlamentar em uma proposta impopular para tentar tomar votos de Cajado, por meio de uma série de conteúdos que o retratam como maior responsável pela proteção a políticos corruptos. É capaz de dar liga...
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