Prefeitura cria quase 400 vagas de Zona Azul na capital em apenas noves meses

Em um intervalo de apenas nove meses, a prefeitura de Salvador criou nada menos que 392 vagas rotativas de estacionamento público pago por meio do sistema de Zona Azul, todas espalhadas por ruas e avenidas de grande circulação em oito bairros da cidade: Pituba, Itaigara, Amaralina, Canela, Praia do Flamengo, Rio Vermelho, Imbuí e Praia do Flamengo. Em média, de acordo com levantamento feito pela Metropolítica em portarias divulgadas este ano pela Transalvador no Diário Oficial do Município, foram abertas, em média, 42 novas vagas de Zona Azul por mês na capital.

Auge do avanço
Do total, 240 delas foram criadas em setembro. O que equivale a 61% do montante relativo a 2025. A lista inclui 79 vagas na Avenida ACM, em um bolsão de estacionamento próximo ao Shopping Paseo, na entrada do Alto do Itaigara; 30 na Avenida Jorge Amado, no Imbuí; e 131 na Rua Basília da Gama, que corta o campus da Ufba no Canela. As demais entraram em operação nos dias 19 de maio e 8 de abril. Incluindo 10 na orla da Praia do Flamengo; 36 na Avenida Otávio Mangabeira, altura de Amaralina; 28 na Rua Rio Grande do Sul, Pituba; 48 na Rua do Barro Vermelho, Rio Vermelho; e 28  na Ladeira da Água Brusca, Santo Antônio Além do Carmo. 

Lucros e dividendos
Como o modelo de cobrança por duas (R$ 3), seis (R$ 6) ou 12 horas (R$ 9), cada vaga aberta pode render até R$ 27 por dia. Ou seja, somente as 392 que foram regulamentadas este ano gerariam diariamente R$ 10.584 a mais para o sistema de Zona Azul. Ao fim de 12 meses, a soma pode alcançar aproximadamente R$ 3,9 milhões. Ao mesmo tempo, a prefeitura alterou o regime de funcionamento de 2.474 vagas, ampliando a cobrança para todos os dias da semana e horário entre 7h e 00h. Em síntese, nas localidades atingidas pelas portarias da Transalvador, o cidadão só não pagará para estacionar durante as madrugadas.

Reis da rua
Coincidência ou não, o avanço da Zona Azul coincide com a chegada de duas empresas credenciadas para comprar créditos do sistema junto à prefeitura e revendê-las ao usuário. A primeira é o Consórcio Estacionamento Digital, pertencente à Estacionamientos y Servicios, sociedade anônima registrada na Espanha e que é representada no Brasil pelo empresário Hermenegildo Moreno Loriente. A ela coube a fatia da venda de horas do sistema por meio de pontos físicos e maquininhas. 

Toque de Midas 
A outra é a Zul Digital, empresa sediada em São Paulo e formada por um grupo de investidores ligados à Estapar, gigante nacional do setor de estacionamentos privados, que por sua vez é controlada pelo BTG Pactual. Na divisão do bolo a empresa paulista ficou com a cobertura: a parcela referente à venda de horas por meio de aplicativo e demais plataformas virtuais. Quem conhece os números garante que o negócio é uma mina de ouro. Isso porque, ao todo, a capital chegou a quase 16 mil vagas de Zona Azul.

Saída de emergência 
Dissidentes do PP na Bahia comemoraram a decisão do ministro do Esporte, André Fufuca, de anunciar que seguirá ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de mandar às favas a determinação do partido para que deixasse o cargo, sob pena de expulsão. O gesto, para pepistas consultados pela coluna, é a semente para esvaziar o poder que a federação criada com o União Brasil pode ter de impor palanque unificado nos estados e praticamente deixará os parlamentares do PP livres para caminhar com quem quiserem. Leia-se Lula e os candidatos do PT a governador, incluindo o da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Gás na pista
Observadores atentos aos bastidores em torno da eleição para o comando do Tribunal de Justiça da Bahia, agendada para 19 de novembro, acham que o desembargador José Edivaldo Rotondano começou a ganhar vantagem no páreo contra o também desembargador Jatahy Júnior. Até então, viam queda de braço  dura, com resultado imprevisível. Hoje, o panorama mudou, com Rotondano aparecendo em primeiro na bolsa de apostas.

Faz sentido!
Críticos das Casas Conceito não perderam tempo para fazer piada diante da polêmica envolvendo a inauguração da nova edição da mostra, quando a idealizadora do evento, a empresária Andrea Velame, posou rodeada de arquitetos e arquitetas, todos brancos, antes da festa de abertura em um dos espaços chiques criados no vão central do Elevador Lacerda, batizado com o nome Conceito Lacerda. Com a ausência de negros no staff de profissionais arregimentados por Andrea Velame, sugerem mudar o nome do empreendimento para Preconceito Lacerda.