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Números de pesquisas recentes elevam nível de preocupação na pré-campanha de ACM Neto

Metropolítica

Por Jairo Costa Júnior

Notícias exclusivas sobre política e os bastidores do poder

Números de pesquisas recentes elevam nível de preocupação na pré-campanha de ACM Neto

Temor tem mais relação com o súbito avanço da popularidade de Lula junto ao eleitorado baiano do que com os índices de intenção de voto atribuídos ao ex-prefeito de Salvador nas sondagens sobre a sucessão de 2026

Números de pesquisas recentes elevam nível de preocupação na pré-campanha de ACM Neto

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 28 de outubro de 2025 às 18:16

Resultados de recentes pesquisas feitas tanto para consumo interno quanto para divulgação à imprensa acenderam o sinal amarelo na equipe que cuida da pré-campanha de ACM Neto (União Brasil) ao governo do estado em 2026. O nível de alerta, segundo cardeais da oposição consultados pela Metropolítica, não tem a ver com os índices de intenção de voto atribuídos ao ex-prefeito de Salvador nos últimos levantamentos realizados com o objetivo de medir a tendência do eleitorado baiano para a sucessão do ano que vem. O problema, afirmaram, tem como pano de fundo o súbito crescimento da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Bahia.

Virada de maré
"Até agosto, as sondagens que encomendamos mostravam Lula em viés de baixa na Bahia e nos demais estados do Nordeste também. Mas de setembro para cá e, sobretudo, em outubro, a maré virou a favor dele. É fato que Lula hoje está muito perto de atingir os mesmos níveis de aprovação que tinha entre os baianos ao longo dos seus dois primeiros mandatos. E isso será, sem dúvida, um complicador para Neto, caso os percentuais continuem altos até o início da próxima corrida eleitoral. Não quer dizer que vai definir a parada a favor do governador (Jerônimo Rodrigues, do PT), mas que terá peso, terá, e não será pequeno", confidenciou um aliado de primeira hora do pré-candidato do União Brasil.

Ecos do passado
Embora a determinação do núcleo duro do União Brasil seja negar preocupação com o "Efeito Lula" na disputa pelo poder na Bahia, internamente o papo é bem diferente. "Veja só que, em 2022, a aposta em Lula como cabo eleitoral foi essencial para a vitória de Jerônimo. Claro que outros fatores também influenciaram o resultado, como o clima de 'já ganhou' e o rompimento de Neto com João Roma (ex-ministro da Cidadania, presidente do PL baiano e candidato derrotado a governador), mas a ponga no presidente foi fundamental. E olhe que Lula nem estava no seu melhor momento à época. Há pesquisas que encomendamos que mostram o petista já com 65% de  aprovação", ponderou outro cacique oposicionista. 

Tanque cheio
Quase todas as fontes ouvidas estão convictas de que o presidente ainda pode crescer mais na Bahia com a consolidação de medidas de forte impacto eleitoral. Em especial, o Gás do Povo, programa recém-lançado que garante botijão de graça para mais de 15 milhões de famílias, e o projeto que concede isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. "São iniciativas que terão forte impacto no eleitorado mais pobre, que é o grosso da Bahia. Neutralizar esse trunfo pode significar a diferença entre ganhar e perder", emendou um integrante da cúpula do União Brasil.

Paz e amor
A interlocutores que pertencem ao círculo mais íntimo, o senador jaques Wagner (PT) garantiu que, na hora certa, todas as arestas relativas à montagem da chapa majoritária do Palácio de Ondina para 2026 estarão aparadas, mesmo que o PT ocupe três das quatro vagas: uma de Jerônimo, mais a dele e a do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para o Senado. Independente dos anseios do PSD, Wagner demonstra convicção de que o também senador Otto Alencar, presidente estadual do partido, não vai romper com o bloco governista para encarar uma aventura na oposição. 

Nariz torcido
Em outro movimento ligado a Jaques Wagner, não é pequeno o incômodo de membros da base aliada com o esforço que o senador petista tem feito para garantir a eleição do seu chefe de gabinete, o advogado Lucas Reis, na corrida para a Câmara dos Deputados. O aborrecimento é maior entre parlamentares do PT, que não escondem a birra com o fato de que Wagner vem arrombando a cerca deles no interior para favorecer Reis.