Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Segunda-feira, 18 de março de 2024

Política

Haddad rebate editorial da Folha: 'Se não se dá ao respeito, por que eu tenho que respeitar?'

Rompimento ocorreu após petista acusar periódico de desqualificá-lo

Haddad rebate editorial da Folha: 'Se não se dá ao respeito, por que eu tenho que respeitar?'

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 13 de janeiro de 2021 às 14:58

O ex-ministro Fernando Haddad (PT) comentou sua saída do cargo de colunista do jornal Folha de S. Paulo na semana passada, após um editorial publicado pelo periódico. Em entrevista a Mário Kertész e Malu Fontes hoje (13), durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole, ele pontuou a reação a um artigo do jornal O Estado de S. Paulo, que sugeria que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantivesse a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O editorial da Folha não menciona o artigo nem as manifestações de Haddad em redes sociais. Refere-se à eleição de 2018, dizendo que ele "assumiu o papel de poste e a chapa surfou nos votos que Lula ainda era capaz de amealhar, sendo derrotada por Jair Bolsonaro no segundo turno sem conseguir apoios expressivos". Em seguida, o texto menciona que Haddad lançou a candidatura de Lula no fim do ano passado "talvez esperançoso por uma nova chance".

"O que me ofendeu, e acho que um editorial tem que se dar o respeito, foi que eles disseram que eu estava defendendo o Lula por oportunismo. É isso que eles disseram. Criticar o meu o meu posicionamento eles fazem isso a vida inteira. A Folha de S. Paulo é crítica ao PT desde que o PT nasceu. A Folha, o Estadão, O Globo, a rádio Bandeirantes, a rádio Jovem Pan e a rádio CBN. Todo mundo é crítico ao PT. Eu, todo dia, sofri críticas como prefeito. Eles achavam o seguinte: se o Haddad se reeleger, ele é o candidato a presidente do PT. Quiseram minar qualquer chance política", afirmou Haddad na Metrópole. 

"Eu sou filiado ao PT desde 1985. Fui candidato a reeleição no pior momento do PT e terminei a eleição com Lula no carro aberto, comigo centro da cidade de São Paulo. A Folha não é psicanalista e nem psicóloga, nem nada disso para ficar fazendo esse tipo de ofensa. Não é próprio de um editorial. Não é a primeira vez que apronta. A Folha já falou em 'ditabranda', em Jair Rousseff. Imagina você, um jornal que pega o sobrenome da presidenta Dilma e põe do lado do nome de uma pessoa que defendeu a sua tortura. Ou o jornal compreende a sua própria importância, mas se o jornal não se dá o respeito, por que que eu tenho que respeitar?", acrescentou o ex-ministro, que afirmou que ainda poderia ter falado mais.

"Eu fui ministro durante sete anos e prefeito da maior cidade do país sem ser colunista da Folha. Terminei da maneira mais elegante que eu pude, não falei 10% do que mereciam ouvir", finalizou.