
Política
Lira se reúne com Fux, minimiza 'crise' com STF e classifica prisão de deputado como 'fora da curva'
Deputado federal Daniel Silveira foi preso após vídeo com defesa do AI-5 e da destituição de ministros, o que é inconstitucional

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse não haver "qualquer tipo de crise" entre os poderes Legislativo e Judiciário e que o caso do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso nesta semana por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), foi "absolutamente fora da curva". Ele se reuniu ontem (18) com o presidente do tribunal, Luiz Fux, e com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado. Segundo Lira, a prisão de Silveira não foi debatida no encontro.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Silveira foi preso após ter divulgado um vídeo no qual fez apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5), instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e defendeu a destituição de ministros do STF, medidas que são inconstitucionais.
"Essa posição está bastante clara, sem nenhum tipo de crise. Não há qualquer reprimenda em reação ao que aconteceu e a Câmara amanhã a partir das 17h se pronunciará soberanamente em relação ao caso em tela que eu reputo como um caso absolutamente fora da curva, espero que tenha o tratamento correto por parte da Câmara e do Judiciário", disse Lira.
O presidente da Câmara comentou a sessão da Casa que decidirá se Silveira permanecerá preso ou não.
Tanto Lira quanto Pacheco falaram que a reunião com Fux já estava agendada há semanas e que iniciava uma relação de harmonia entre os 2 Poderes. Perguntado se uma possível decisão dos deputados contrária à do STF atrapalharia esse diálogo, Lira afastou a possibilidade.
“Não faço julgamentos de como será o placar. Cabe ao presidente da Casa ter o equilíbrio necessário para conduzir o processo. E o plenário como nosso maior representante é que decidirá com tranquilidade. A independência dos poderes preconiza isso. Ao judiciário cabe julgar, ao legislativo legislar, ao executivo logicamente executar", declarou o parlamentar.
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