
Política
País está 'refém' de especuladores da Faria Lima, avalia Fernando Haddad
Ex-prefeito de São Paulo avalia impactos da política do governo na economia e fracasso de Bolsonaro

Foto: Metropress
O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), comentou a política econômica do governo de Jair Bolsonaro (Sem partido) diante da crise nas finanças públicas do país. Pré-candidato à presidência da República, o petista foi entrevistado por Mário Kertész na Rádio Metrópole hoje (23), durante o Jornal da Bahia no Ar. Haddad comentou que o Planalto não soube conduzir a pandemia e agora paga o preço pelo desgoverno.
"Eu acho que um presidente deve ter liberdade de correr o país e falar com as pessoas. Mas tem que governar. Não vejo um gabinete de crise instalado no governo federal coordenando as ações, não apenas dos ministérios, mas também dando o apoio técnico e financeiro para governadores e prefeitos diante da crise que está instalada e do sofrimento das famílias com vários assuntos. Não é um assunto só, tem um problema de carestia. O preço dos alimentos e combustíveis explodiu, o fim do auxílio emergencial é um fato, o desemprego e fechamento de 800 mil empresas é um fato", avaliou o petista
Ainda segundo o ex-ministro, o governo Bolsonaro não tem metas definidas sobre qual a prioridade do país: ajudar o povo ou o mercado financeiro. Para Haddad, o anúncio da pré-candidatura dele à presidência serve para explicar sobre o atual panorama do Brasil. "Ele não sabe se atende o povo ou se atende o mercado financeiro. Esse é o drama do Bolsonaro, não sabe quem é o patrão dele, se é o povo ou o mercado financeiro e os bancos. Enquanto ele continuar assim, vai derreter o país. Por isso não vamos esperar 2022. A gente reuniu todas as lideranças do PT e decidimos botar o bloco na rua para conversar com as pessoas. Isso que explico aqui eu explico o Brasil inteiro. Vai ajudar o país a compreender o rumo que temos que tomar para sair dessa confusão que é o governo Bolsonaro", afirmou.
Haddad comentou a falta de estratégias do governo para solucionar o problema econômico do Brasil. "Quando se tem um projeto de país, é a sexta economia do mundo, tem 370 bilhões de dólares em caixa, paga o FMI e reduz a dívida pública, a bolsa sobe não é porque você atendeu especulador. A bolsa sobe porque você tem um país por trás das empresas dando sustentação para a economia. Esse cassino que está sendo criado no Brasil está deixando o Brasil refém de meia dúzia de especuladores da Faria Lima. Só se fala em Faria Lima. É uma rua. Quantas ruas tem neste Brasil? Aqui em São Paulo tem 17 mil km de rua e estão preocupados com uma rua", ironizou o ex-prefeito.
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