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Senador cita 'estado de guerra' para defender quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19

Política

Senador cita 'estado de guerra' para defender quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19

Parlamentar cobra discussão sobre o tema e promete levar debate iniciado na Metrópole ao plenário do Senado

Senador cita 'estado de guerra' para defender quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19

Foto: Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 11 de março de 2021 às 12:49

O senador Paulo Paim (PT-RS) falou mais uma vez da importância da quebra de patentes para produção de vacinas contra a Covid-19 em meio à maior alta de casos no país. Em entrevista a Mário Kertész hoje (11), o parlamentar participou do Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole ao lado do médico e professor Antônio Nery e da jornalista Malu Fontes. O petista apresentou um projeto de lei que estabelece a quebra de patentes de vacinas, testes de diagnóstico e medicamentos de eficácia comprovada no tratamento contra a Covic-19. No entanto, há pouca discussão do tema no Congresso. 

"Estamos em um estado de guerra. Morrer 3 mil pessoas por dia, não me lembro de nenhuma que participamos de uma morte assim tão permanente. Começou com mil, que era um absurdo, foi para 2 mil e está chegando agora nos três mil por dia. Me falam que é uma medida extrema, mas se já foi adotada no Brasil no caso do HIV, foi casualmente Lula que rompeu, pode romper e fazer o genérico, tendo o efeito que queríamos", disse o senador, que reforçou como a situação está crítica. 

"Estamos vivendo um momento, de fato, excepcional. Ninguém está querendo quebra de patentes para gerar um atrito. O mundo está debatendo isso, o mundo quer isso. Estão morrendo milhões de pessoas, mais de 10 milhões de contaminados. No mundo, são 110 milhões, mais de três de milhões de mortos. É necessário reconhecer, como tenho falado no plenário, a importância do trabalho dos cientistas", declarou. 

De acordo com o senador, a falta de vacinas é um problema reconhecido internacionalmente. Dados da Organização Mundial de Saúde (ONU) apontam que 130 países não têm e não podem nem comprar os imunizantes. Pelo menos dez ações administram 75% de todas as doses ministradas para a população. "Se pegarmos dados da América, sobretudo da América Latina, veremos que a vacinação dessa região caminha a passos lentos", diz Paim. 

Questionado pelo dr. Antônio Nery Filho, Paulo Paim reforçou que os outros senadores não se mobilizam para falar do tema. Durante o programa, sensibilizado pela fala do médico, ele garantiu que irá propor uma sessão no Senado para discutir o tema. "Nossos filhos que estão morrendo, nossos pais, nossos avós, como não se sensibilizar? Vou propor que se faça uma sessão temática sobre quebra de patentes. Falem contra ou a favor quem quiser", disse o petista, que chegou a se emocionar. 

Para dr. Nery, é necessário produzir impacto entre parlamentares e trazer a opinião pública para o centro do debate. "Precisamos produzir impacto. Disse outro dia numa reunião que há momentos em que precisamos dar uma pedrada, precisamos quebrar o espelho e produzir alguma coisa que sensibilize a mídia. As mortes não estão sensibilizando. Como o Brasil experimenta 265 mil mortos? Eu tenho dito que chegaríamos a 500 mil mortos se nós continuarmos vacinando a passos de tartaruga. Ou nós provocamos alguma coisa junto com o mundo, e a União Europeia está se movendo nesta direção", disse.