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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Política

"A burguesia não suporta mais Bolsonaro, mas quer manter o liberalismo econômico", diz Roberto Requião

Ex-governador do Paraná disse que pensa em um projeto nacional, fora da polarização entre Lula e Bolsonaro

"A burguesia não suporta mais Bolsonaro, mas quer manter o liberalismo econômico", diz Roberto Requião

Foto: Reprodução Rádio Metrópole

Por: André Uzêda no dia 22 de abril de 2021 às 09:07

“Bolsonaro é um animador do picadeiro desse circo que se tornou o Brasil”, com frases fortes, o ex-governador e senador pelo Paraná, Roberto Requião (PMDB), avaliou que a burguesia não quer mais o atual presidente no poder. 

As frases foram ditas nesta quinta-feira (22), durante entrevista a Mário Kertész, no Jornal da Bahia do Ar, da Rádio Metrópole. De acordo com Requião, a classe dominante já enxerga o projeto de Bolsonaro como “inviável”.

“Ele tá abandonado pela direita. Ele se veste mal, fala mal. Bebe champagne em copo largo. A burguesia não suporta mais Bolsonaro. Eles agora tão querendo manter o liberalismo econômico, mas também não querem Lula no poder pelos mesmos motivos que não querem Bolsonaro. Lula errou muito”, diz. 

Questionado por Mário Kertész sobre quem seria o nome para criar uma terceira via, nas eleições de 2022, o político disse que pensa primeiro em um “projeto nacional”.

“Eu espero um projeto mais consistente. Acho que hoje a saída para todos nós seria um projeto nacional, que não se subordinasse a geopolítica americana, mas também nem chinesa ou russa. Nós tínhamos que ter um projeto nosso. Quando veio o Brics, fiquei entusiasmado. Mas como funciona o Brics?  O que o Brics espera do Brasil? A mesma coisa dos Estados Unidos: fornecedor de matéria-prima. Temos que abrir caminhos para o processo civilizatório, de desenvolvimento sustentável e valorização do trabalho”, reforça.

Atualmente sem mandato -- foi derrotado nas últimas eleições de 2018 e ficou sem cargo público pela primeira vez depois de 30 anos –, Requião diz que “não está aposentado”. 

“Não penso em cargo público, mas estou aqui para ajudar, a pensar novos projetos e discutir o Brasil profundamente”, reforça.