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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Política

Wagner chama Bolsonaro de "capitão aloprado" e questiona ação para criar "exército particular"

Em entrevista à Rádio Metropole, o senador criticou também a Medida Provisória da Eletobrás e comentou o cenário eleitoral de 2022

Wagner chama Bolsonaro de "capitão aloprado" e questiona ação para criar "exército particular"

Por: André Uzêda no dia 09 de junho de 2021 às 09:03

O senador Jaques Wagner (PT) criticou a absolvição dada pelo Comando do Exército ao general Eduardo Pazuello por ter participado de uma manifestação pró-Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Mesmo com a estrita proibição de militares da ativa se manifestarem politicamente, o processo contra o ex-ministro da Saúde foi arquivado. 

Ex-ministro da Defesa no governo Lula, Wagner disse que o atual presidente parece tentar criar um "exército particular". As declarações foram dadas nesta quarta-feira (9) durante entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metropole

"Essa é uma crise institucional extremamente perigosa. No episódio do Pazuello, Bolsonaro fez uma desobediência aos regramentos internos do exército. As Forças Armadas vivem muito da disciplina e dessas hierarquia. É assim no mundo inteiro. Ele [Bolsonaro] destruiu a imagem do Itamaraty e agora quer detonar a imagem do exército. Quer fazer um exército particular para trabalhar pra ele? Tá na hora de acender a luz amarela", disse.

Nomeando Bolsonaro como "capitão aloprado", o petista criticou a Medida Provisória para privatização da Eletrobrás e disse que a iniciativa é uma "aberração". "Vai deixar a luz mais cara tanto para pobres quanto para ricos. E vai encarecer também nossa base industrial. Espero que o Senado base essa privatização. Não podemos permitir que nossa base industrial seja destruída e nos transformar em um país que vende commodities agrícolas e vive eventualmente do turismo", pontuou.

Questionado por Kertész sobre as eleições de 2022, Wagner confirmou a candidatura de Lula e disse que o ex-presidente só não concorre se "não quiser". No plano estadual, Wagner disse que a Bahia sempre polariza, naquilo que chamou de "Ba-Vi eleitoral".

"Eu realmente tenho uma dúvida de como vai se estabelecer essa polarização. Nosso campo está definido e, se for da vontade do nosso grupo, eu serei o candidato. Do outro lado, temos que saber se quem vai disputar com chances é o ministro João Roma, apoiado pelo atual presidente, ou o ex-prefeito de Salvador [ACM Neto], apoiado pelo PDT", disse, alfinetando os adversários.

Wagner também afirmou que, em seu grupo, além dele, há outros candidatos em disputa. "É uma dor de cabeça boa. Tem eu, Otto Alencar (PSD), João Leão (PP), Lídice da Mata (PSB). Todos são nomes que já exerceram papéis e se credenciam a estar à frente de uma política como essa", pontuou.