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Escolha de general como vice sinaliza propósito de Bolsonaro após outubro, analisa cientista político

Política

Escolha de general como vice sinaliza propósito de Bolsonaro após outubro, analisa cientista político

Felipe Nunes avaliou ainda que as ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos são um "desastre" do ponto de vista eleitoral

Escolha de general como vice sinaliza propósito de Bolsonaro após outubro, analisa cientista político

Foto: Reprodução/Radio Metrópole

Por: Rodrigo Daniel Silva no dia 30 de junho de 2022 às 12:50

O cientista político e diretor do instituto Genial/Quaest, Felipe Nunes, avaliou, em entrevista à Rádio Metropole, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao escolher o general Braga Netto como o seu vice para disputar à reeleição, pensa no pós-eleição.

"Por que eu acredito que, pelo menos, uma parte das Forças Armadas estaria com Bolsonaro em um processo de tensionamento institucional, de tentativa de ruptura? Porque o Bolsonaro hoje tinha uma escolha clara para fazer. Se ele tivesse pensando em ganhar a eleição, só, eu acho que teria muito mais incentivos para escolher Tereza Cristina como vice do que o Braga Netto. O Braga Netto, para mim, é uma demonstração do Bolsonaro de que ele não só está pensando só na eleição, está pensando no pós eleição. É uma escolha de xadrez. Tudo isso coloca o nosso processo eleitoral sob altíssimo grau de tensionamento", disse, em entrevista a Mario Kertész.

O cientista político analisou ainda que as ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos são um "desastre" do ponto de vista eleitoral.

"Bolsonaro e seu grupo político tensionam as instituições, sempre. Esse tensionamento tem efeitos eleitorais, e tem efeitos políticos. Efeito político é colocar as instituições em alerta. Há uma preocupação generalizada. Do ponto de vista eleitoral, é um desastre para o próprio presidente. Por quê? Para que o Bolsonaro consiga reverter hoje essa desvantagem, ele vai ter que conseguir votos para além do seu eleitor. Hoje, o eleitor bolsonarista-raiz está em 25%. É o fã clube de Bolsonaro. Mas isso não é suficiente para ganhar a eleição. Ele vai ter que falar com o centro. Para fazer isso, ele não pode tensionar com as instituições, porque o eleitor do centro todas as vezes que ver Bolsonaro fazendo isso se afasta dele", ponderou.