
Política
PF investiga militares que participavam de grupo com Mauro Cid; sete foram identificados
O espaço virtual tinha como participantes uma série de militares das Forças Especiais, sete deles foram identificados

Foto: Alan Santos/PR
A Polícia Federal investiga o grupo de WhatsApp que o tenente-coronel Mauro César Cid participava com outras personalidades do Exército. A lista de contatos adicionados no espaço virtual era composta por diversos militares das Forças Especiais (F.E.) e sete deles foram identificados pelo jornal Estado de S.Paulo, neste domingo (18).
Um dos participantes do grupo era o coronel de cavalaria, Rodrigo Lopes Bragança Silva, membro da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, situada em Campinas. Outro contato da lista pertence ao tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que foi do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro e atualmente comanda a 3ª Companhia Forças Especiais, em Manaus.
Na troca de mensagens, Ferreira Lima lamentou o fato de que o Exército não iria apoiar uma tentativa de golpe. "O f*da é que ficou gostosinho demais sermos só isso. Salário garantido, guerreiro com absoluta certeza de não guerrear, uma escapada ou outra ganhando bem por aí... ficou bom demais para querermos sair desse conforto. Não vai rolar mesmo.”
Quem também participava do grupo era o coronel Gian Dermário da Silva, que assumiu em 2022 o Centro de Instrução de Operações Especiais (CI Op Esp); o major da reserva e ex-assessor parlamentar do deputado Vítor Hugo, André Luiz Pereira da Silva, apelidado de Bodão; um contato nomeado como Felipe SIEsp (Seção de Instrução Especial da AMAN) que não teve identidade identificada e outros dois participantes que ainda não tiveram mais detalhes revelados.
Outro oficial que interagiu várias vezes na conversa foi o coronel Márcio Nunes de Resende Junior, que comandou o 1.º Batalhão de Logística de Selva. Em uma das mensagens enviadas pelo militar ele citou o Art. 142 da Constituição Federal, que fala da importância das Forças Armadas para a defesa da Pátria.
"Se o Bolsonaro acionar o artigo 142, não haverá general que segure as tropas. Ou participa ou pede para sair!!!”, disse Resende Junior, a partir da interpretação de que acionar este artigo seria equivalente a autorizar uma intervenção militar, o que não tem amparo legal.
Também eram integrantes do grupo o coronel Jorge Alexandre Oliveira de Medeiros de Souza, que trabalhou na 12.ª Região Militar e o coronel Anderson Corrêa dos Santos, que trabalhou no gabinete da intervenção federal do Rio, em 2018 e comandou o Batalhão de Apoio às Operações Especiais até 22 de janeiro de 2021. Recentemente, ele foi condecorado com Mérito Militar pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após os atos antidemocráticos do 8 de janeiro, o coronel Márcio Resende enviou uma mensagem desabafando sobre estar precoupado de que alguém estivesse lendo os conteúdos que eram compartilhados no grupo. Em resposta, Ferreira Lima disse: “Aqui ninguém está combinando tomar o poder. São apenas opiniões.”
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