Aécio Neves diz que Lula teve “condições jurídicas para o impeachment”

Na opinião do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o ex-presidente Lula teve “condições jurídicas para o impeachment”, mas o crescimento do país fez com que a oposição desistisse de avançar no pedido de retirada do presidente.  “No início do mandato do Lula, com o mensalão, não havia questão política, já que o Brasil estava prosperando em sua economia. Nós da oposição não achávamos que o impeachment deveria avançar na questão”, afirma em entrevista à Rádio Metrópole nesta quinta-feira (14).

De acordo com Aécio, que concorreu com Dilma nas eleições presidenciais de 2014 e foi derrotado pela petista, a situação atual política e econômica do país é outra. “A lei é tão grave que pode levar ao afastamento da presidente da República (...) Tudo isso em ano eleitoral, segundo a Constituição Federal, é crime de responsabilidade, e é passível, se comprovado, do afastamento. Isso em um ambiente econômico degradado, o país paralisado. Vi que o desemprego dos jovens são altos, um a cada cinco jovens não tem emprego. Poderia citar inúmeros indicadores, o que fica disso é um sentimento de que a presidente Dilma não consegue nos tirar desse atoleiro. Talvez essa convergência entre o crime cometido no ano eleitoral e a falta de capacidade de liderar o Brasil para tirar da crise é uma possibilidade que pode levar à abertura do processo de impeachment”, opinou.

O líder do PSDB afirmou que falta liderança a presidente Dilma. "Do ponto de vista da relação pessoal com o congresso, ambos [Lula e Dilma] demonstraram uma certa arrogância no trato nacional (...) O impeachment é político, possivelmente ficaria no meio do caminho se fosse jurídico”, explica.