Durante agenda oficial no Espírito Santo nesta sexta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Lula afirmou que a medida é injustificada e baseada em informações incorretas. “Portanto, eu quero dizer com todo respeito ao presidente Trump: o senhor está mal-informado, muito mal-informado. Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit comercial com os EUA. Só pra vocês terem ideia, em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um déficit de 400 bilhões de dólares com os EUA. Eu que deveria taxar ele”, disse.
O presidente brasileiro também criticou a carta publicada por Trump na última quarta-feira (9), na qual o norte-americano defende o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e classifica como “vergonha internacional” o processo no STF que investiga um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
“Qual a razão que ele aponta a taxação? Primeiro com base em uma mentira porque os Estados Unidos não é deficitário com o Brasil. Segundo, qual é a lógica dele ‘ah não processe o Bolsonaro, pare com isso imediatamente’ ”, questionou Lula.
Ele ainda ironizou a atuação de Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos: “Porque a coisa [Jair Bolsonaro] mandou o filho dele que era deputado [Eduardo Bolsonaro] se afastar da Câmara para ficar pedindo ‘o Trump pelo amor de Deus solta meu pai, não deixa meu pai ser preso’ é preciso essa gente criar vergonha na cara”, completou.
Apesar das críticas, Lula afirmou que buscará soluções diplomáticas para evitar as tarifas. “Vou tentar brigar em todas as esferas para que não venha a taxação, vou brigar na OMC, vou conversar com meus companheiros do BRICS. Agora, se não tiver jeito no papo, nós vamos estabelecer a reciprocidade, taxou aqui, vamos taxar lá. Não tem outra coisa a fazer”.