
Política
Oposição desocupa plenário após 47 horas e Alcolumbre retoma sessões no Senado
Motta negou uma suposta negociou a votação de projetos com parlamentares da oposição em troca da desocupação

Foto: José Cruz/Agência Brasil
A oposição no Senado desocupou, na manhã desta quinta-feira (7), o plenário principal da Casa após mais de 47 horas de ocupação. A liberação ocorreu pouco antes da sessão deliberativa marcada pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP) e foi definida após reuniões internas do grupo e um encontro com Alcolumbre na noite de quarta (6).
Líder da oposição, o senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que a decisão é um “gesto” para o “restabelecimento da normalidade”. Segundo ele, o grupo busca retomar o diálogo e a participação nas pautas do Senado.
“Fizemos um esforço hoje, junto aos nossos pares, e estamos neste momento nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente. Agora, às 11h, terá uma sessão virtual. Se o presidente entender por bem, poderá ser presencial”, disse Marinho.
“Nós estamos desobstruindo aqui, colocando nossa posição de participarmos dos debates que ocorrerão normalmente nas pautas que interessam ao Brasil”, completou.
A oposição vinha cobrando abertura de diálogo com Alcolumbre. Na terça-feira (5), Marinho afirmou à imprensa que não falava com o presidente do Senado havia mais de 15 dias. Nos bastidores, ele avaliou que o movimento de ocupação teve êxito por ter forçado a reabertura de canais de comunicação. Na reunião com a oposição, Alcolumbre teria se comprometido a levar as pautas do grupo aos demais líderes partidários.
Logo após a desocupação, os senadores aprovaram um projeto que atualiza a tabela mensal do Imposto de Renda da Pessoa Física, mantendo a isenção para quem recebe até dois salários mínimos (R$ 3.036). O texto já passou pela Câmara e segue para sanção do presidente Lula.
Na Câmara, a ocupação também foi encerrada na noite de quarta, depois de reuniões tumultuadas e tentativa frustrada do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) de manter o controle do plenário. Ele ainda negou uma suposta negociou a votação de projetos com parlamentares da oposição em troca da desocupação do plenário da Casa.
"A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém", declarou Hugo Motta.
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