
Política
Gonet diz que golpe só não ocorreu por recusa dos comandantes das Forças Armadas
PGR defende condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe; julgamento no STF analisa cinco crimes atribuídos aos réus

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
Durante o primeiro dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que um golpe de Estado só não foi consumado no Brasil por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Segundo ele, os militares resistiram à “insistência” e “pressão” dos réus, o que evitou a ruptura do Estado Democrático de Direito. A declaração foi feita na sustentação oral da PGR no julgamento do chamado núcleo 1, que trata da tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo é formado por outros sete réus: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Todos são acusados de envolvimento direto na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No caso de Ramagem, atual deputado federal, a Câmara aprovou a suspensão parcial da ação penal, e ele responde a apenas três dos cinco crimes inicialmente atribuídos.
Os réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e ameaça grave, e deterioração de patrimônio tombado. O julgamento foi dividido em cinco sessões, conforme cronograma estabelecido pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF. A PGR defende a condenação de todos os envolvidos com base nas provas reunidas durante a investigação.
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