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Trump e Xi Jinping: Como a trégua entre EUA e China pode afetar o Brasil e o mundo

Política

Trump e Xi Jinping: Como a trégua entre EUA e China pode afetar o Brasil e o mundo

Acordo reduz tarifas, retoma compras de soja e suspende restrições a minerais

Trump e Xi Jinping: Como a trégua entre EUA e China pode afetar o Brasil e o mundo

Foto: Official White House / Daniel Torok

Por: Metro1 no dia 30 de outubro de 2025 às 14:19

Atualizado: no dia 30 de outubro de 2025 às 14:46

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, firmaram nesta quinta-feira (30) um acordo que reduz a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. O entendimento, alcançado durante um encontro na Coreia do Sul, encerra uma das rodadas mais intensas de negociações desde a imposição de sobretaxas em abril.

Pelo novo pacto, Washington vai diminuir em cerca de 10 pontos percentuais as tarifas médias sobre produtos chineses, que agora ficam em 47%, enquanto Pequim se comprometeu a suspender por um ano as restrições à exportação de terras raras, retomar a compra de soja americana e reforçar medidas contra o tráfico de fentanil.

A trégua entre os dois países representa um alívio temporário para o comércio internacional e para as cadeias globais de suprimentos. Um dos principais focos do acordo são as terras raras, minerais fundamentais para a indústria tecnológica, automotiva, aeronáutica e de defesa, que se tornaram o símbolo da disputa entre as potências.

Agricultura e mineração

Para o Brasil, o impacto pode ser sentido especialmente na agricultura e na mineração. A volta da China ao mercado de soja dos EUA tende a reduzir a demanda pelo produto brasileiro, pressionando preços e exportações. Segundo a Reuters, antes mesmo do encontro, Pequim já havia adquirido parte da safra americana de 2025. O secretário do Tesouro dos EUA, Scot Bressent, afirmou que a China comprará pelo menos 25 milhões de toneladas métricas de soja por ano nos próximos três anos — o equivalente a 833 mil caminhões ou 350 navios graneleiros.

De acordo com dados da Administração Geral da Alfândega da China (GACC), em setembro o país não importou soja dos Estados Unidos, enquanto os embarques brasileiros cresceram 29,9% em relação ao ano anterior, somando 10,96 milhões de toneladas, o que corresponde a 85,2% de todo o volume importado. O movimento reforça a importância do produto brasileiro, mas também expõe a vulnerabilidade diante das decisões políticas entre as potências.

Terras raras

O acordo ainda reacende o debate sobre o potencial das reservas brasileiras de terras raras, as segundas maiores do mundo. Apesar da abundância, o país ainda não domina a tecnologia necessária para processar esses minerais em larga escala, exportando-os como matéria-prima bruta. É o caso da extração realizada em Serra Verde (GO), cujo material segue para o exterior sem gerar valor agregado à economia nacional.