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Congresso aprova MP que estabelece novas regras no setor elétrico

Política

Congresso aprova MP que estabelece novas regras no setor elétrico

Medida provisória também prevê abertura do mercado de energia para consumidores residenciais e comerciais

Congresso aprova MP que estabelece novas regras no setor elétrico

Foto: Canva Imagens/Divulgação

Por: Metro1 no dia 30 de outubro de 2025 às 17:28

Atualizado: no dia 30 de outubro de 2025 às 17:34

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (30) a Medida Provisória 1.304, que estabelece novas regras para o setor elétrico. O texto foi aprovado na véspera da COP30 e inclui, entre outras medidas, a prorrogação de contratos de usinas térmicas a carvão e a criação de um teto para os gastos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).

A MP ainda prevê a abertura do mercado livre de energia para consumidores residenciais e comerciais, permitindo que cada um escolha o próprio fornecedor de energia elétrica — modelo hoje restrito a grandes consumidores.

Principais pontos da medida:

  • Carvão: prorroga o funcionamento das usinas térmicas até 2040, beneficiando, por exemplo, a usina de Candiota (RS);
  • CDE: cria um teto de gastos a partir de 2025, atualizado pela inflação a partir de 2027, e reduz o repasse de subsídios para a conta de luz;
  • Mercado livre: libera a escolha de fornecedores após dois anos para indústrias e comércios e três anos para consumidores residenciais;
  • PPSA: autoriza a Pré-Sal Petróleo a comercializar gás natural para reduzir tarifas e impulsionar a indústria.

A CDE é um fundo setorial que financia políticas como a Tarifa Social de Energia Elétrica e o programa Luz para Todos. Com o teto, os custos excedentes deverão ser cobrados diretamente dos beneficiários desses subsídios. O objetivo, segundo o relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), é conter o crescimento do fundo — estimado em R$ 50 bilhões em 2025 — e aliviar as tarifas pagas pelos consumidores.

O texto também renova por 25 anos a contratação de usinas térmicas a carvão cujos contratos venceram em 2022, estendendo sua operação até 2040. A decisão contrasta com o discurso do Brasil de liderança na transição energética, em um momento em que o país se prepara para sediar a COP30, em novembro, em Belém (PA).

Além disso, a MP autoriza a contratação de 4,9 GW em pequenas centrais hidrelétricas e outros 3 GW em térmicas movidas a biomassa, distribuídos por regiões do país.

Na Câmara, os deputados retiraram do texto o trecho que previa a cobrança de R$ 20 a cada 100 kWh injetados por novos geradores de energia distribuída. Também ficou de fora a contratação compulsória de térmicas a gás natural, que deve ser analisada em outro momento.

Os parlamentares aprovaram ainda uma emenda que garante ressarcimento a geradores eólicos e solares quando houver corte de geração de energia (curtailment), desde que não causado por sobreoferta. A compensação será paga com recursos do ESS (Encargos de Serviço do Sistema) e valerá retroativamente a partir de 1º de setembro de 2023, para geradores que desistirem de ações judiciais sobre o tema.