Política
Saiba o que disseram os políticos baianos citados na nova 'lista de Janot'
Apesar de o conteúdo das delações dos executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato estar sob sigilo, alguns dos nomes que aparecem nos 83 pedidos de investigação feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) foram divulgados. [Leia mais...]
Foto: Agência Brasil
Apesar de o conteúdo das delações dos executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato estar sob sigilo, alguns dos nomes que aparecem nos 83 pedidos de investigação feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) foram divulgados.
A nova 'lista de Janot' conta com, pelo menos, 170 nomes, dos quais 38 foram revelados, até o momento. Entre eles, estão 2 ex-presidentes, 6 ministros, 5 governadores, 9 senadores, 5 deputados, além dos presidentes da Câmara e do Senado. A apuração e divulgação dos nomes foi feita pela TV Globo na úlitma quarta-feira (15).
Veja o que disse cada um dos políticos mencionados:
Senadora Lídice da Mata (PSB-BA):
"Tenho a consciência tranquila e a confiança de que tudo será esclarecido, porque os 33 anos de correção na minha vida pública falam por mim. É preciso a imediata quebra do sigilo para que não se fique à mercê de vazamentos seletivos. Quem não deve não teme. Espero que as investigações avancem e as responsabilidades sejam devidamente apuradas".
Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM-BA):
Disse que só recebeu doações legais.
Deputado Federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA):
Não quis se manifestar.
Ex-ministro da Secretaria de Governo na gestão Temer Geddel Vieira Lima (PMDB-BA):
Não se pronunciou.
Ministro de Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB-SP):
"Ele requereu, na manhã de segunda-feira (13), por meio de seu advogado, o acesso ao conteúdo da delação da Odebrecht naquilo que poderia dizer lhe respeito. E não vai se pronunciar sobre suposta menção a seu nome até ter conhecimento do teor do documento".
Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS):
A assessoria do ministro informou que ele não vai se manifestar.
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB-RJ):
O ministro não vai se pronunciar.
Ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP):
"Defendo as investigações, mas devemos aguardar informações oficiais e ser cautelosos com afirmações de colaboradores, que não são provas. Os atos praticados em campanha foram realizados conforme a legislação".
Ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE):
O ministro Bruno Araújo divulgou nota na qual informou que, com base na legislação eleitoral, solicitou doações a diversas empresas, incluindo a Odebrecht. "O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas", afirmou.
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira (PRB):
Disse que está à disposição das autoridades.
Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB):
Disse que desconhece o conteúdo do teor do pedido de Janot.
Governador de Minas, Fernando Pimentel (PT)
Não quis se pronunciar.
Governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB):
Disse que todas as doações foram dentro do que determina a legislação.
Governador do Paraná, Beto Richa (PSDB):
"Estou contratando um advogado para que possa ter acesso a esse processo e o conhecimento dos fatos nos quais eu fui citado. Da minha parte, eu desconheço o contexto que leva a inclusão do meu nome nessa lista da Procuradoria-Geral da República. Eu tô absolutamente tranquilo, confio plenamente na Justiça, e sou o maior interessado de que isso seja profundamente, detalhadamente, o mais rápido possível investigado. E acredito que assim como vários outros citados já tiveram seus processos arquivados, que o meu processo terá o mesmo destino", afirmou.
Governador do Acre, Tião Viana (PT):
Negou que tenha se encontrado com qualquer representante da Odebrecht. O governador ressaltou ainda que nenhuma obra do estado foi feita com a construtora Odebrecht e que ele nunca teve qualquer interesse escuso ou legal com a empresa. "Nunca me reuni com o senhor Marcelo Odebrecht, com nenhum executivo da sua empresa, nem de qualquer outra envolvida na Operação Lava a Jato. Confio na Justiça, defenderei a minha honra com determinação e tomarei todas as medidas judiciais cabíveis contra os delatores da calúnia e os propagandistas da desonra. Indignado, mas de consciência tranquila, reafirmo: estou longe dessa podridão, essa podridão está longe de mim", completou.
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ):
Não quis comentar.
Presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE):
"O Senado Federal recebe com absoluta serenidade e confiança na Justiça o envio ao Supremo Tribunal Federal dos pedidos de investigação relacionados a alguns de seus integrantes. Pedidos de investigação não convertem investigados em réus e nem são sentenças proferidas. Há que se obedecer e respeitar o amplo direito de defesa, uma das mais sólidas pedras basilares do Estado Democrático. O Judiciário terá instrumentos de apuração, maturidade e firmeza para distinguir mentiras ou versões alternativas e a verdade dos fatos. Assessoria de Imprensa. Presidência do Senado Federal".
Senador Edison Lobão (PMDB-MA):
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado do senador Edison Lobão: “Como não sei do que se trata, estão soltando os nomes, mas sem dizer o contexto, até que a gente tenha acesso para saber em que contexto houve a citação ao nome do senador, a defesa não tem como se manifestar”.
Senador José Serra (PSDB-SP):
A assessoria do senador José Serra informou que ele vai se manifestar tão logo os nomes da lista sejam confirmados pelo Supremo Tribunal Federal.
Senador Aécio Neves (PSDB-MG):
A assessoria de Aécio Neves informou que o senador, na condição de presidente do PSDB, "buscou apoio para diversos candidatos, sempre dentro do que determina a legislação, o que ficará provado ao fim das investigações, que ele considera absolutamente salutares".
Senador Romero Jucá (PMDB-RR):
O senador Romero Jucá disse que apoia todas as investigações da Operação Lava Jato e está "à disposição" para prestar as informações necessárias.
Senador Renan Calheiros (PMDB-AL):
Não quis se manifestar.
Senador Lindbergh Farias (PT-RJ):
Disse que confia que a investigações irão esclarecer os fatos.
Deputado Federal Marco Maia (PT-RS):
Disse que desconhece o teor das delações da Odebrecht.
Deputado Federal Paes Landim (PTB-PI):
Declarou que só recebeu doações legais.
Deputado Federal Andres Sanchez (PT-SP):
Disse que não há provas contra ele.
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT):
Segundo informou a assessoria, "o ex-presidente não vai comentar supostas delações que estão sob sigilo de justiça. Lula tem se defendido na justiça de todas as falsas acusações feitas contra ele".
Ex-presidente Dilma Rousseff (PT):
A assessoria de imprensa de Dilma divulgou a seguinte nota: "A propósito das notícias veiculadas nesta quarta-feira, 15 de março, sobre a suposta inclusão da ex-presidenta Dilma Rousseff na chamada 'lista de Janot', a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff informa: 1. Desde o início das investigações sobre a Operação Lava Jato, há quase três anos, nunca surgiram provas ou indícios contra o envolvimento direto de Dilma Rousseff em desvio de recursos públicos ou corrupção. 2. Suspeitas são sempre lançadas contra ela no terreno das ilações ou citações indiretas em conversas de terceiros. 3. As delações de empresários e executivos da Odebrecht estão cobertas pelo manto do sigilo judicial, mas, de maneira usual, os vazamentos seletivos continuam sendo praticados justamente por aqueles agentes públicos que deveriam zelar pela Justiça. 4. Dilma Rousseff defenderá sua honra e provará sua inocência na Justiça, mesmo sem saber sequer do que está sendo acusada desta vez".
Ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci (PT):
O advogado de Antonio Palocci, José Roberto Batochio, afirmou que é preciso que se conheça o teor do pedido da PGR para qualquer manifestação. "Sem a ciência dos motivos que fundamentam o pedido, estaríamos a nos pronunciar sobre o desconhecido. Seria mera reprise que já é objeto de apuração? Seriam fatos novos? Ignora-se. Logo, impossível valorar uma abstração", disse.
Prefeito de Araraquara e tesoureiro da Campanha de Dilma de 2014, Edinho Silva (PT-SP):
Afirmou que todas as doações recebidas pela campanha foram legais.
Ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ):
A defesa informou que só se manifestará quando for comunicada.
Presidente da Fiesp e ex-candidato a governador de São Paulo Paulo Skaf (PMDB):
Disse que todas as doações recebidas na campanha de 2014 foram legais e aprovadas pela Justiça.
Ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ):
Defesa disse que as delações não têm sido amparadas em provas.
Prefeito de Ribeirão Preto (SP), Duarte Nogueira (PSDB-SP):
Disse ver com naturalidade e tranquilidade o pedido da PGR e acrescentou que as contas dele foram aprovadas.
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