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Tesouro diz que empréstimo não foi liberado porque Bahia tem ‘nota C’

Política

Tesouro diz que empréstimo não foi liberado porque Bahia tem ‘nota C’

Apesar das sucessivas reclamações do governador Rui Costa (PT) em relação a um suposto boicote político na não liberação de um empréstimo de R$ 600 milhões aprovado junto ao Banco do Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou uma nota técnica em que justifica o motivo de o dinheiro não ter saído dos cofres da União. [Leia mais...]

Tesouro diz que empréstimo não foi liberado porque Bahia tem ‘nota C’

Foto: Anderson Riedel/ PR

Por: Evilásio Júnior no dia 07 de dezembro de 2017 às 11:01

Atualizado: no dia 07 de dezembro de 2017 às 11:09

Apesar das sucessivas reclamações do governador Rui Costa (PT) em relação a um suposto boicote político na não liberação de um empréstimo de R$ 600 milhões aprovado junto ao Banco do Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou uma nota técnica em que justifica o motivo de o dinheiro não ter saído dos cofres da União.

Segundo o boletim, uma nova metodologia foi estabelecida pela Portaria do Ministério da Fazenda nº 501/2017, de 27 de novembro último, em que são consideradas as notas atribuídas à Capacidade de Pagamento (Capag) das unidades federativas, retroativas a 2014. O financiamento foi publicado no Diário Oficial da União no fim de julho.

“O Estado obteve Nota Final C não apenas em 2017, mas em todos os anos avaliados. Ou seja, o Estado tem Nota C desde 2014. Os níveis insuficientes de liquidez ou de poupança corrente são os responsáveis por esta situação de impedimento do Estado da Bahia”, justifica o comunicado.

De acordo com o órgão vinculado ao governo do presidente Michel Temer (PMDB), só as administrações que obtiverem nota A ou B poderão “receber garantia da União para a contratação de novos empréstimos”, ao contrário de quem foi avaliado com C ou D.

Segundo o relatório, estariam em conformidade com a norma para conseguir as operações de crédito 11 estados: Espírito Santo e Pará (nota A), Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Paraíba, Paraná, Rondônia, Roraima e São Paulo (nota B).

“No outro lado do espectro, aparecem 10 estados que obtiveram nota final C (Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins) e o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, que obtiveram nota final D. Este é, portanto, o grupo dos estados impedidos de obter o aval da União para a tomada de empréstimos. Os dois estados restantes são Minas Gerais, que não recebeu nota por não ter enviado seus dados ao Tesouro Nacional e o Rio Grande do Norte, que teve sua avaliação sobrestada por estar em atraso no pagamento de sua folha de pessoal”, acrescenta a STN.

Ao Metro1, o deputado estadual Pablo Barrozo (DEM) atribui as reclamações do Palácio de Ondina à possível disputa eleitoral entre Rui e o prefeito ACM Neto (DEM) no próximo ano. "Está claro agora porque a Bahia não pode receber os recursos. O Estado não fez o dever de casa porque Rui Costa só pensa em 2018 e em tentar atingir a popularidade do prefeito de Salvador", afirmou o democrata.

O caso foi parar na Justiça, em uma ação movida pela Procuradoria-Geral do Estado, que está prevista para ser julgada na próxima segunda-feira (11), na Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).