
Política
Morte de Getúlio foi 'ato político muito importante', diz professor Roberto Coelho
Ele destaca que o suicídio do mandatário acabou postergando o golpe militar no País.

Foto: Reprodução/ PUC-SP
O professor e comentarista da Rádio Metrópole Roberto Coelho avaliou, em entrevista à rádio hoje (24), os efeitos da morte do ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas, que completou 65 anos no último sábado (24).
Ele destaca que o suicídio do mandatário acabou postergando o golpe militar no País.
"A morte de Getúlio Vargas não é só uma pessoa que se matou. É um ato político muito importante, contra o manifesto dos generais, contra a intervenção militar naquele momento histórico, com interferências internacionais, com a oposição gigantesca da UDN a partir de Carlos Lacerda. Você tem um palco de estratégias politicas que culminam na morte de Getúlio Vargas e no adiamento (da ditadura) por 10 anos", afirmou.
O professor ainda pontua que na sucessão de Vargas, o Brasil continuou com uma sequência de autoridades que ainda mantinham o "getulhismo" no poder.
"Você terá Juscelino Kubiscthek que terá como vice João Goulart, que era do partido de Getúlio, e ninguém percebeu que durante anos seu vice era de esquerda. Depois, quando ele ganha com Jânio Quadros a vice-presidência, ninguém percebeu que era o mesmo que estava antes com Juscelino e permanecia no poder", diz Roberto Coelho, que acrescenta que, neste período, o país já vivia uma tensão política forte entre a direita e a esquerda.
Ele ainda considera que Getúlio se mostrava um político controverso que entrou no poder por decreto e, por um lado derrubou a oligarquia café com leite - com o poder entre São Paulo e Minas Gerais -, mas defendeu a Constitução na carta que deixou antes de se suicidar.
"Aquele que a gente chama de ditador, pela ditadura Vargas, é o mesmo personagem que, quando volta eleito pelo povo nos anos 50, diz que temos que cumprir a Constituição. E ele defende a Constituição com a própria vida. Aí é que entra para a história o senhor Getúlio Vargas como uma pessoa que derruba uma oligarquia, faz um governo populista mas voltado para o crescimento da nação brasileira e morre de uma maneira dramática. Escrevendo carta dramática ao povo brasileiro de quem sempre foi escravo, que não será escravo de ninguém. Então entra para a história pela maneira da qual governou ou não governou o país", avalia.
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