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Ex-assessor de Eduardo Bolsonaro é acusado de ‘rachadinha’ na Alesp
“Rachadinha” é conhecida como a prática em que um servidor repassa parte ou a totalidade de seu salário ao político que o contratou
Foto: Divulgação/ Alesp
Ex-assessor de Eduardo Bolsonaro, o deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) foi denunciado pela suposta prática de “rachadinha” no gabinete da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
De acordo com a Veja, o autor da denúncia é o ex-assessor parlamentar do deputado Alexandre de Andrade Junqueira, que apresentou a acusação à Procuradoria-Geral da Justiça. Ele trabalhou no gabinete da Alesp entre abril e julho deste ano.
A “rachadinha” é conhecida como a prática em que um servidor repassa parte ou a totalidade de seu salário ao político que o contratou.
Apelidado de "Carteiro Reaça", Diniz é um dos políticos mais próximos a Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), hoje deputado federal.
O deputado estadual denunciado exerce a liderança do PSL na Alesp e é vice-presidente do diretório do partido em São Paulo, chefiado justamente por Eduardo. Diniz trabalhou como assessor do terceiro filho do presidente antes de se eleger.
Junqueira disse que a “prática da ‘rachadinha’ era comum entre os funcionários do gabinete” do deputado. “Presenciei por várias vezes a circulação de dinheiro em espécie e o pagamento de diversas contas particulares com esse dinheiro oriundo da ‘rachadinha'”, afirmou o ex-assessor.
Ele conta que, após recusar devolver parte do salário, foi feita a proposta, após 14 dias, de ser rebaixado para o cargo de motorista. "Não aceitei. E, em seguida, permaneci por quatro meses em casa sem prestar quaisquer serviços, a título de punição pela minha recusa, conforme imposto pelo deputado em questão. Ainda que eu quisesse trabalhar, fui proibido de ir ao gabinete e orientado a ali comparecer apenas uma vez por semana para assinar a folha de ponto”, declarou Junqueira.
Junqueira também denunciou a suposta existência de uma “funcionária fantasma” no gabinete do deputado. Ele disse que se trata de uma amiga de Gil Diniz, que recebe cartão alimentação e aproximadamente R$ 1,5 mil “em troca de dar seu nome para desconto do salário”. No entanto, o ex-assessor não apresentou o nome e nem a ocupação da suposta “funcionária fantasma” na acusação.
Em nota, o deputado Gil Diniz afirmou que a acusação é falsa e que Junqueira foi exonerado por não se adequar à rotina do gabinete.
“É importante notar que este ataque surge quando coloquei meu nome à disposição para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, no momento em que alcancei projeção no papel de crítico ferrenho do governador João Doria (PSDB) e como um aliado próximo do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo”, afirmou.
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