
Política
Cúpula da PGR avalia que federalização do caso Marielle após citação a Bolsonaro será 'remédio'
No entanto, aliados e familiares de Marielle são contra tornar a investigação de responsabilidade federal

Foto: Renan Olaz/ CMRJ
Integrantes da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) declaram reservadamente ao Blog de Andréia Sadi, do G1, que federalizar a investigação dos assassinatos de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, será um "remédio processual" após a citação do presidente Jair Bolsonaro no caso.
A retirada da investigação das autoridades locais para a federalização foi solicitada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela antecessora de Augusto Aras na PGR, Raquel Dodge.
Diante dos fatos novos sobre Bolsonaro, segundo fontes do PGR, a federalização "ganha corpo, fortalece", nas palavras de um procurador. A solução, conforme avaliam, seria um "remédio processual" para garantir "imparcialidade à investigação" sobre o crime.
O STJ pode decidir sobre a eventual federalização ainda neste mês.
Aliados e familiares de Marielle Franco são contra a federalização. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) argumenta que enxerga com "preocupação" uma linha de investigação que seria conduzida pelo ministro Sergio Moro, chefe da Polícia Federal (PF).
"Ele é ministro de Bolsonaro, tem demonstrado pouca autonomia. Não tem nada a ver com a Polícia Federal, mas com condução política do caso, já que uma das linhas de investigação pode envolver essa citação ao presidente. A nossa preocupação é a pouca autonomia para investigar e, além disso, as investigações locais chegaram ao escritório do crime", criticou.
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