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Celso de Mello rejeita pedido de apreensão do celular de Bolsonaro e manda recado

Política

Celso de Mello rejeita pedido de apreensão do celular de Bolsonaro e manda recado

Ministro do STF respondeu ao presidente, que disse que não iria cumprir eventual decisão 'absurda' da Suprema Corte

Celso de Mello rejeita pedido de apreensão do celular de Bolsonaro e manda recado

Foto: Nelson Jr/SCO/STF

Por: Matheus Simoni no dia 02 de junho de 2020 às 07:50

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido de feito por partidos de oposição para apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). Em despacho, o magistrado respondeu que não havia legitimidade ativa dos autores do pedido. Celso de Mello também rejeitou a perícia nos aparelhos do filho Carlos Bolsonaro, Maurício Valeixo, Sergio Moro e Carla Zambelli.

No entanto, o ministro do STF mandou um recado para Bolsonaro, que disse que não iria entregar o celular e que "ordem absurda não se cumpre". "Contestar decisões judiciais por meio de recursos ou de instrumentos processuais idôneos, sim; desrespeitá-las por ato de puro arbítrio ou de expedientes marginais, jamais, sob pena de frontal vulneração ao princípio fundamental que consagra, no plano constitucional, o dogma da separação de poderes", diz trecho da decisão.

Mello diz ainda que "na realidade, o ato de insubordinação ao cumprimento de uma decisão judicial, monocrática ou colegiada, por envolver o descumprimento de uma ordem emanada do Poder Judiciário, traduz gesto de frontal transgressão à autoridade da própria Constituição da República".

Para o decano do STF, Bolsonaro estaria sujeito a crime de responsabilidade em caso de recusa. "É tão grave a inexecução de decisão judicial por qualquer dos Poderes da República (ou por qualquer cidadão) que, tratando-se do Chefe de Estado, essa conduta presidencial configura crime de responsabilidade, segundo prescreve o art. 85, inciso VII, de nossa Carta Política, que define, como tal, o ato do Chefe do Poder Executivo da União que atentar contra 'o cumprimento das leis e das decisões judiciais'".