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Segunda-feira, 25 de março de 2024

Política

Presidente da Caixa garante fim das filas e cobra denúncias contra fraudes

Pedro Guimarães diz que Polícia Federal pode efetuar prisões para evitar desvios no pagamento do auxílio emergencial, mas pede ajuda da população

Presidente da Caixa garante fim das filas e cobra denúncias contra fraudes

Foto: José Dias/PR

Por: Matheus Simoni no dia 02 de julho de 2020 às 08:53

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, comentou dados referentes à concessão do auxílio emergencial a brasileiros atingidos pela pandemia de coronavírus no país. Em entrevista a Mário Kertész hoje (2), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele comentou que houve uma maior dificuldade no início da operação, mas que já foi normalizada.

"Achamos quase 40 milhões de pessoas que não estavam em nenhuma base de dados. Por isso tivemos filas no começo. A gente não tinha base e começou a pagar logo que a gente recebia do Ministério da Cidadania. Para resumir, a partir do segundo mês, dividimos por mês de nascimento e aí a gente conseguiu que o calendário de pagamento ficasse mais tranquilo. Não temos mais filas nas agências grandes há 45 dias", declarou Guimarães.

Ainda de acordo com o gestor da Caixa, os levantamentos apontam uma gama maior de benefícios concedidos aos nordestinos. Segundo ele, 35 milhões de pessoas não tinham contas em banco para efetuar o pagamento. Só no estado da Bahia eram quase 4 milhões de pessoas nesta condição. "Um volume muito grande de pessoas não tinha esse benefício, não tinha conta e banco e passaram a ter conta em banco. Pagamos para a Bahia R$ 10,2 bilhões em benefícios. Quase 10% do total. É mais que o dobro do percentual do PIB. A Bahia e o Nordeste tiveram uma transferência de renda muito superior a qualquer outra região do Brasil", comentou.

Na avaliação do presidente da Caixa, os próximos meses de pagamento não devem apresentar problemas. O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta semana que o auxílio será concedido por mais dois meses. "Já temos uma proposta. Estamos discutindo hoje com o ministro Onix [Lorenzoni, ministro da Cidadania]. Ao fechar entre Cidadania e Caixa, levaremos ao presidente. O que ficou acertado, definido e determinado pelo presidente Bolsonaro é que teremos mais dois pagamentos mensais de R$ 600 cada um, no mínimo. Mãe e líderes de família, muita gente receberá R$ 1.200. Ninguém precisa se recadastrar. Todo mundo que se recadastrou para o benefício dos primeiros três meses já receberá automaticamente pelo quarto e quinto mês. Isso será garantido para todo mundo que vem recebendo regularmente", disse Guimarães. 

Questionado por MK sobre as fraudes identificadas no pagamento do auxílio, Pedro Guimarães foi enfático ao categorizar a ação como criminosa. Atualmente, já foram identificados pagamentos a pessoas que não atendem aos requisitos, além da ocorrência de saques indevidos em nome de terceiros. Segundo o presidente da Caixa, o banco irá efetuar o ressarcimento. No entanto, é necessário que o contribuinte faça a denúncia às autoridades para uma atuação efetiva da Polícia Federal.

"Se você chegar e fraudar o dinheiro de outra pessoa, você vai preso. Não é um crime pequeno, é passível de prisão. Algumas vezes, para não falar da maioria, quem frauda é uma pessoa conhecida ou um familiar, um vizinho. Nós pagamos, sendo a fraude provada. Só que a pessoa tem que dar uma queixa na polícia. Só que, muitas vezes, elas não querem. Se houver uma fraude, a Caixa vai ressarcir. Mas para comprovar precisa ir à polícia"