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Bolsonaro decide manter integrantes do 'gabinete do ódio' no governo

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Bolsonaro decide manter integrantes do 'gabinete do ódio' no governo

Mesmo após investigações, presidente decidiu pela continuidade de assessores do Planalto em cargos próximos

Bolsonaro decide manter integrantes do 'gabinete do ódio' no governo

Foto: Reprodução

Por: Matheus Simoni no dia 13 de julho de 2020 às 07:21


O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) pretende manter em seus postos os principais integrantes do “gabinete do ódio”, como ficou conhecido o grupo de assessores do Palácio do Planalto que estaria por trás de ataques a adversários nas redes sociais. O departamento teria como comandante o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, a decisão do presidente se manteve mesmo após o avanço das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news. 

Na semana passada, o Facebook derrubou uma rede de 73 contas e perfis ligados a integrantes do gabinete do presidente, a seus filhos, ao PSL e a aliados, por “comportamento inautêntico coordenado”. 

Ainda de acordo com a publicação, Bolsonaro se sentiu pessoalmente atingido pela ação, já que a plataforma identificou ao menos cinco funcionários e ex-auxiliares que disseminavam ataques a adversários políticos, além de conteúdo com desinformação. O relatório do Facebook indicou Tercio Arnaud Thomaz, nome de confiança de Carlos Bolsonaro, como um dos responsáveis por movimentar perfis falsos. Tercio é assessor especial do presidente e integra o “gabinete do ódio” ao lado de José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz. 

Na live semanal da última quinta-feira, um dia depois da ação do Facebook, Bolsonaro saiu em defesa dos auxiliares e criticou a derrubada de páginas e perfis de aliados, sem se referir diretamente à empresa. "A onda agora é para dizer que as páginas da família Bolsonaro e de assessores, que ganham dinheiro público para isso, promovem o ódio. Eu desafio a imprensa a apontar um texto meu de ódio ou dessas pessoas que estão do meu lado", disse o presidente.

Na avaliação de assessores do presidente, o fato de aliados bolsonaristas serem alvo de mandados de busca e apreensão no inquérito que apura atos antidemocráticos, é necessário moderar suas intervenções nas redes sociais. A avaliação no Planalto é que o presidente vem perdendo seguidores nas redes com o crescimento de seu discurso radical. Segundo interlocutores, o próprio Bolsonaro teria admitido, em conversa com ministros e auxiliares diretos, que essa guerra digital desgastou o governo. No Planalto, a avaliação é a de que o ambiente precisa estar mais sereno.