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Biaggio Talento revela bastidores da briga de ACM e Jornal da Bahia: "Os militares estavam preocupados e ao lado do matutino"

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Biaggio Talento revela bastidores da briga de ACM e Jornal da Bahia: "Os militares estavam preocupados e ao lado do matutino"

A briga entre Antonio Carlos Magalhães e o Jornal da Bahia foi tema da matéria de capa do Jornal Metropole do último dia 21 de março

Biaggio Talento revela bastidores da briga de ACM e Jornal da Bahia: "Os militares estavam preocupados e ao lado do matutino"

Foto: Divulgação

Por: Metro1 no dia 22 de março de 2024 às 12:57

Uma das brigas mais conhecidas na Bahia, o atrito entre Antonio Carlos Magalhães (ACM) e o Jornal da Bahia (JBA), na década de 1970, teve novos detalhes revelados na última edição do Jornal Metropole, em uma matéria produzida pelo jornalista Biaggio Talento. Em entrevista à Rádio Metropole nesta sexta-feira (22), ele contou os bastidores da produção da reportagem e as novidades descobertas no caso que representou uma derrota para o então governador ACM.

A matéria, publicada na edição do Jornal Metropole do dia 21 de março, é fruto de uma série de documentos do regime militar, levantados pelo historiador Grimaldo Zachariadhes. Biaggio contou que esses arquivos estavam em sua posse há 10 anos, eles fariam parte de uma matéria do jornalista para o jornal A Tarde, mas, “por razões técnicas” foi barrada.

“Quando eu vi as informações sobre os 60 anos do golpe, achei interessante finalmente soltar essa matéria e oferecia à Metropole que deu um espaço bem generoso. É um assunto bem curioso, porque na briga de Antonio Carlos com o Jornal da Bahia, os militares estavam a favor do jornal, apesar de Antonio Carlos ser governador biônico, nomeado pelos militares e apoiar os militares”, contou o jornalista. 

A briga já era conhecida, mas o que chamou atenção foi justamente a revelação da preocupação dos militares e do fato deles terem ficado ao lado do jornal, aponta Biaggio. Isso porque a perseguição estava desgastando o regime militar, já que a opinião pública, órgãos da imprensa e até entidades nacionais estavam declarando apoio ao jornal.

“Desde quando Antonio Carlos era prefeito, ele já vinha tendo desentendimentos com o João Falcão, que era dono do JBA. Eles se davam bem, não digo amigos, mas se davam bem. Mas algumas matérias críticas foram desgastando essa relação e há um episódio contado, até no livro do Falcão [Não Deixe essa Chama Morrer], que ele diz que quando Antonio Carlos ia ser nomeado governador ele o procurou dizendo olha, tudo indica que vou ser governador, quero apoio do JBA”, lembrou Biaggio. 

O problema, no entanto, foi que Falcão teria dito que o jornal manteria a mesma posição em relação a ACM. “Isso já foi um certo estremecimentos”, afirmou Biaggio, rememorando que houve ainda um episódio em que o jornal publicou uma manchete indicando que o governador estaria favorecendo uma empresa em que era sócio. 

“A partir daí, Antonio Carlos entra com uma ação para processar o João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, que era editor-chefe do JBA, com base na Lei de Segurança Nacional, entrou na auditoria militar. A partir daí houve o rompimento total. Isso tudo foi sendo acompanhado pelo SNI [Serviço Nacional de Informações]”, contou, lembrando que, dois anos depois da abertura da ação, a auditoria militar absolveu Joca,  representando uma derrota para ACM.

Confira a entrevista na íntegra: