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Conselheiro do CAU critica prefeitura por "falta de diálogo" e aponta relação entre transtornos da chuva e excesso de concreto na cidade

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Conselheiro do CAU critica prefeitura por "falta de diálogo" e aponta relação entre transtornos da chuva e excesso de concreto na cidade

Neilton Dórea foi entrevistado na Metropole nesta quinta-feira e relacionou os transtornos enfrentados pela população nos dias de chuva a uma política de desvalorização das áreas verdes da cidade

Conselheiro do CAU critica prefeitura por "falta de diálogo" e aponta relação entre transtornos da chuva e excesso de concreto na cidade

Foto: Metropress/Fernanda Vilas Boas

Por: Metro1 no dia 11 de abril de 2024 às 11:09

A Justiça Federal suspendeu, na última terça-feira (9), a venda de um dos terrenos colocados a leilão no mês passado pela prefeitura de Salvador. A decisão foi proferida a favor de uma Ação Civil Pública do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA). Em entrevista nesta quinta-feira (11), ao Seis em Ponto, da Rádio Metropole, o conselheiro Neilton Dórea afirmou que a entidade já havia tentado diálogo com a gestão municipal, mas diante da ausência de retorno, precisou recorrer ao Judiciário. O arquiteto ainda relacionou os transtornos causados pela chuva nesta semana a uma política de desvalorização das áreas verdes da cidade e excesso de concreto na cidade.

“É uma questão de visão. Agora como essa gestão que não faz diálogo com ninguém, a gente tenta dialogar, conversar, como tentamos várias vezes, mandamos ofício, não tivemos retorno. Nós, como somos uma entidade de arquitetura, temos interesse não só nos profissionais, mas principalmente na cidade, então resolvemos apelar para a parte judicial [...] e parece que a Justiça tem acatado todas essas situações”, afirmou.

A área que teve a venda suspensa fica localizada na Avenida Antônio Carlos Magalhães, ao lado do Hospital Teresa de Lisieux, no bairro do Itaigara. Ela foi leiloada por R$ 5,851 milhões para a Incorpora Brasil Construções Ltda.

O conselheiro cobrou ainda diálogo com as comunidades afetadas e a apresentação dos projetos das obras que estão sendo feitas. “A cidade não pode ser feita do modo que está sendo feita, em um decisão unilateral, de lá de cima de uma sala de gestão. Tem que ter diálogo. Onde ela vai fazer uma obra, tem que reunir a comunidade, dialogar com a comunidade, mostrar um projeto”, pontuou.

Sobre os transtornos causados pela chuva, Dórea vê relação com a desvalorização das áreas verdes na cidade. Ele explica que com o tamponamento desses locais e dos rios, é natural que a água da chuva invada as casas e alague ruas, já que, diferente da vegetação, o cimento não absorverá.

“Todas as cidades do mundo, de uns 15 anos para cá, estão derrubando viadutos e destamponando os rios. Seul, na Europa e várias cidades estão abrindo os rios e fazendo toda uma área de lazer ao redor, claro que é preciso investimento para isso. E Salvador está fazendo totalmente o inverso do que o mundo está fazendo. A Salvador de 10 anos para cá mudou totalmente o perfil: o cidadão é quem menos importa, o que importa é o veículo”, afirmou.

Confira a entrevista: