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"A justificativa dada foi que não estava funcionando politicamente", revela Piti Canella sobre exoneração

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"A justificativa dada foi que não estava funcionando politicamente", revela Piti Canella sobre exoneração

A exoneração da produtora cultural vem na esteira da saída da historiadora Luciana Mandelli do comando do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), também decisão do secretario Bruno Monteiro

"A justificativa dada foi que não estava funcionando politicamente", revela Piti Canella sobre exoneração

Foto: Metropress

Por: Metro1 no dia 18 de abril de 2024 às 18:11

Atualizado: no dia 18 de abril de 2024 às 18:36

Exonerada do cargo de diretora geral da Fundação Cultural do Estado (Funceb) nesta quinta-feira (18), a produtora cultural Piti Canella detalhou, em entrevista ao Jornal da Cidade, da Rádio Metropole, os bastidores de sua saída da fundação e seus planos para o futuro. Como já revelado pela coluna Metropolítica, a decisão da saída de Piti foi do secretário estadual da Cultura, Bruno Monteiro, que chegou a oferecer à produtora a direção de museus da cidade, o que foi negado por ela. Segundo Piti, a justificativa dada pelo gestor foi que o desempenho dela na fundação "não estava funcionando politicamente".

“Se a gente está numa cadeira da gestão pública, a gente não pode ter medo dos comentários nem das opiniões diferentes das nossas. Ele é o secretário de Cultura, é o gestor da pasta, ele fez as escolhas dele, a gente concorde ou não e está tudo certo. Eu não concordo com algumas escolhas”, iniciou Piti, agradecendo o apoio que vem recebendo de amigos e colegas da categoria.

A exoneração de Piti vem na esteira da saída da historiadora Luciana Mandelli do comando do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) - também decisão de Monteiro. Piti reiterou que não pediu para sair. De acordo com ela, a justificativa dada pelo secretário era que “politicamente [o trabalho] não estava funcionando aliado ao que ele queria fazer na gestão da pasta”. Piti ainda reiterou que, diferente do que foi publicado no Diário Oficial do Estado, ela não pediu para sair do cargo.

Ainda segundo a produtora, Monteiro a convidou para assumir a direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), que atualmente é comandado por Marília Gil, amiga e sócia de Piti. Além de causar o constragimento pessoal, a produtora não concordou com a indicação de alguém do entretenimento dirigindo o espaço, que frequentemente enfrenta críticas quando é sede de eventos do entretenimento. "Não é positivo para o governo que uma pessoa do entretenimento ocupe a cadeira do MAM”, pontuou.

"Avisei a ele que gostaria de ficar na Funceb, não acho que eu seria capaz de estar em outro lugar dentro da secretaria de Cultura. Eu gosto de ficar nos lugares onde seria capaz de executar as ações. Acredito que estava desempenhando super bem e aí você pode perguntar para a classe inteira [...] então acho que alguma coisa de bom estava fazendo naquela cadeira. Não aceitei o que ele me disse, ele falou pra pensar um pouco. Ele disse que fizesse a transição com Sara Prado, a nova diretora da fundação. O que eu acho é que não estava funcionando politicamente, mas estava funcionando de outra forma. Talvez um pouco mais de orientação, talvez sentar e abrir os plaos, falar olha eu quero fazer isso aqui", disse.

Com 30 anos de carreira na produção cultura, Piti agradeceu o apoio de amigos e colegas da classe e se disse frustrada. “Sei que faz parte do jogo, cargo a gente não tem estabilidade, a gente é colocado para uma missão. E a minha frustração é exatamente de não ter cumprido a minha missão inteira, a minha missão que eu me comprometi com a minha classe", lamentou.