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Não há soberania na Europa: Pepe Escobar explica subordinação da UE à Otan

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Não há soberania na Europa: Pepe Escobar explica subordinação da UE à Otan

Jornalista investigativo, Pepe Escobar defendeu que o apoio da União Europeia ao genocídio em Gaza é explicado por essa relação de dependência com a Otan

Não há soberania na Europa: Pepe Escobar explica subordinação da UE à Otan

Foto: Metropress/Fernanda Vilas Boas

Por: Metro1 no dia 25 de abril de 2024 às 09:04

O dia 25 de abril marca uma data importante para a democracia lusitana: os 50 anos da Revolução dos Cravos, levante que derrubou a ditadura salazarista depois de 48 anos. Apesar do dia ser celebrado no país, Portugal ainda não tem soberania. Foi o jornalista investigativo e correspondente de várias publicações internacionais Pepe Escobar. Em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (25), ele explicou que esse cenário se estende a outros países da Europa e explica, inclusive, o apoio da União Europeia ao genocídio cometido por Israel na Faixa de Gaza.

Pepe utiliza a expressão “Otanistão” para se referir ao grupo de países que aderiram à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar intergovernamental financiada principalmente pelos Estados Unidos, e para explicar o grau de subordinação de Portugal.

“Portugal está dentro do Otanistão. Então Portugal em si não é um país soberano, como a Itália não é um país soberano e como a Alemanha não é um país soberano, para não falar da Espanha. O problema é que, da maneira como foi organizada, entre aspas pós-guerra, a nova União Europeia, que antes era um mercado comum, nações, estados, nações, são subordinados a uma estrutura que controla tudo, que virou a União Europeia e o braço desse controle é a Comissão Europeia”, explicou. 

É por isso que, segundo Pepe, não há como se falar nos dias atuais de uma decisão de Lisboa, de Paris ou de Madri. As decisões são de Bruxelas, capital da Bélgica, onde fica a sede da Otan. Mas, por trás disso, há um mecanismo ainda mais profundo.

“Então, a definição mais concisa e sucinta: as ordens vêm de Washington em diversos níveis. Quando elas chegam na Europa, elas vão para Bruxelas, mas Bruxelas é um misto de estrutura. Estrutura política, as ordens vão primeiro para a Otan, porque é quem controla a política externa da União Europeia. E daí vai descendo para a estrutura política na União Europeia, no Conselho da Europa e na Comissão, que é o braço que implementa políticas”, detalhou o jornalista. 

Esse mecanismo que reflete uma dependência é o que explica, segundo Pepe, o apoio “quase explícito” da Comissão Europeia ao genocídio em Gaza. “Porque é uma decisão lá de cima. E não interessa o que está sendo pensado em Lisboa, Madri, Paris, etc”, destacou.

Confira a entrevista na íntegra: