“Não vamos permanecer em Gaza, mas também não permitiremos que o Hamas fique”, diz embaixador de Israel

Embaixador de Israel no Brasil há quase três anos, Daniel Zohar Zonshine foi entrevistado na Rádio Metropole nesta quinta-feira (23) e falou sobre a guerra que assola a Faixa de Gaza há mais de sete meses. De acordo com ele, a intenção de Israel não é ocupar Gaza, mas a força israelense também não permitirá que o grupo fudamentalista Hamas permaneça no território.

“Ainda não sabemos o que vai acontecer no dia seguinte, tem vários pensamentos, opções, mas não queremos ficar lá, dominar a Faixa de Gaza, mas também não aceitamos que o Hamas faça isso. Porque o Hamas já disse abertamente que se tiver oportunidade vai repetir o que ataque que aconteceu no dia 7 de outubro, para nós, como Estado e como governo que tem que defender o cidadão, isso não é uma opção”, disse o embaixador.

No dia 7 de outubro do ano passado, o grupo fundamentalista islâmico palestino Hamas realizou um ataque em território israelense, deixando 1,2 mil mortos e dando início a uma guerra que está próxima de completar oito meses e, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, já causou a morte de mais de 35 mil pessoas. Zonshine traduziu a data como um choque e um “fenômeno que nunca aconteceu na história de Israel”. 

“Desde o dia 7 de outubro estamos em uma guerra, que não queríamos, que não iniciamos, mas temos que defender nossas pessoas em Israel [...] Nós saímos para defender Israel contra uma organização terrorista que tem modo de operação e valores bem diferente do que conhecemos. Eles usam os cidadãos palestinos como escudos humanos. Tem muitas pessoas feridas e mortas do lado palestino e israelense também”, disse Zonshine. “Há a tendência de esquecer como tudo isso começou”, completou o embaixador, fazendo referência ao primeiro ataque.

Zonshine afirmou também que Israel vem sendo atacado pela arena internacional, com acusações, segundo ele, “que não têm base na realidade”. Nesta segunda-feira (20), o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) das Nações Unidas, Karim Khan, pediu a emissão de mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e também contra líderes do Hamas, acusando-os por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Ainda na entrevista, o embaixador afirmou que a intenção de Israel não é lutar contra os palestinos, mas sim contra o Hamas. Ele destacou ainda que o grupo fundamentalista vem usando os cidadãos palestinos como “escudos humanos”, estratégia que acaba, segundo, causando danos e sofrimento ao próprio povo palestino.

“Temos que lembrar que em 2005 Israel tirou toda sua presença da Faixa de Gaza e a escolha do Hamas, que tomou a liderança de uma maneira bem violenta em 2007, não era desenvolver, investir em bem estar das pessoas, mas se preparar para esse ataque a Israel. Criaram uma rede de túneis de 60 km abaixo da terra e até hoje essa rede funciona e foi base de ataque e de esconderijo dos líderes e reféns deles”, afirmou.

Confira a entrevista na íntegra: