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Margareth Dalcolmo critica PL do cigarro eletrônico: “não se pode arrecadar imposto à custa da vida de jovens”
Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Margareth Dalcolmo foi entrevistada no Jornal da Bahia no Ar nesta quarta-feira (21)
Foto: Reprodução/Youtube
“Uma matemática pouco inteligente”. Essa é apenas uma das críticas da pesquisadora e médica Margareth Dalcolmo ao Projeto de Lei que propõe a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil. Entrevistada na Rádio Metropole nesta quarta-feira (21), a pneumologista apontou os riscos à saúde pública que podem ser causados com a aprovação do projeto e rebateu a justificativa de que a regulamentação traria receita aos cofres públicos.
“Não se pode arrecadar imposto à custas da vida de pessoas, sobretudo jovens”, afirmou a pneumologista. Mas não é só isso, de acordo com ela, os cálculos feitos são equivocados. O PL estima uma arrecadação de R$ 2,2 bilhões em tributos com a possível regulamentação dos cigarros eletrônicos. “Mas não adianta arrecadar esse valor em imposto e gastar R$ 90 milhões, R$ 100 milhões com saúde, porque as pessoas que vão ficar doentes, já estão ficando doentes. E são crianças, jovens de 14 anos, 19 anos”, afirmou.
“Essas crianças que vão desenvolver enfisema pulmonar aos 20 anos, câncer do pulmão aos 30 anos. Elas vão custar o sistema público de saúde. Então, é uma matemática inclusive que não é inteligente, é facilmente desconstruída”, emendou.
Apesar de reconhecer que há um intenso lobby da indústria do tabaco no Congresso Nacional, Dalcolmo disse esperar o arquivamento do projeto, o que seria, de acordo com ela, mais um exemplo brasileiro para o mundo no que diz respeito às políticas contra o tabagismo. “Nós reduzimos a população brasileira de fumantes de 40% ha 30 anos para 10% hoje. É uma ação extraordinária, consistente, temos o mais alto imposto sobre cigarros dos mais altos do mundo”, lembrou a pneumologista.
O PL iria ser votado na última terça-feira (20) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas foi adiado. A previsão é que o texto volte à pauta no próximo dia 3 de setembro.
Acompanhe a entrevista:
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