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"As instituições de poder ainda não têm a cara da população", critica vereador Silvio Humberto
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"As instituições de poder ainda não têm a cara da população", critica vereador Silvio Humberto
Silvio Humberto destacou a sub-representação da população negra nos espaços de poder

Foto: Metropress
O vereador Silvio Humberto destacou a sub-representação da população negra nos espaços de poder, mesmo em estados de maioria negra, como a Bahia. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, nesta terça-feira (6), ele criticou a atual composição da Câmara de Vereadores. "Se você observar o quadro atual, hoje você tem uma Câmara mais branca. [...] O fato é que as instituições de poder ainda não têm a cara da população. Ou seja, a população brasileira não se vê representada nas estruturas do poder", destacou.
O pesquisador também ressaltou que os mecanismos de controle racial, historicamente existentes, foram disfarçados sob formas de controle social. "Até 1978, por exemplo, os terreiros de candomblé precisavam de autorização da Delegacia de Jogos e Costumes para poder realizar seus rituais. E eu fui encontrando documentos ao longo do tempo", relembrou.
Silvio Humberto também afirmou que o racismo no Brasil é estrutural e mutável, manifestando-se de diferentes formas em distintos contextos históricos e geográficos. "O racismo é mutante, ora está na biologia, ora sai dela. E o problema é que a gente muitas vezes confunde a manifestação do racismo com o preconceito. Mas o preconceito não estrutura o poder, quem estrutura o poder é o racismo. E eu falo racismo no plural, porque muita gente pensa que racismo é apenas aquele modelo dos Estados Unidos. Mas há o racismo brasileiro, o modelo europeu… Ele é plural. Precisamos entender essas singularidades para compreender o lugar onde a população negra foi colocada: um círculo vicioso da pobreza", destacou.
Ele finalizou cobrando dos partidos um compromisso real com a diversidade, não apenas em discursos. "É fundamental que os partidos tenham uma postura que vá além das cotas, que ofereçam meios e condições reais para que tenhamos, de fato, diversidade na ocupação de cargos: na Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa, no Senado, no governo e também no Executivo", finalizou.
Confira a entrevista completa:
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